O modelo de fornecimento de energia baseado na geração hidrelétrica – que ainda é responsável por 70% da oferta em todo o País – funcionou bem durante as últimas cinco décadas. No entanto, diante dos novos desafios impostos pelas condições climáticas, ambientais e pelo aumento de demanda, ficou claro que algo precisa mudar.
A busca por formas mais sustentáveis e eficientes de geração de energia motivou o investimento em um novo modelo para o setor elétrico nacional. “Uma represa causa uma mudança muito grande no habitat e até na vida das pessoas da região a ser alagada”, sinaliza Mario Kawano, professor de Engenharia Elétrica da FEI. “Chegará um momento em que não será mais possível criar quedas d’água, economicamente viáveis, com barragem.” Torna-se vital uma matriz energética mais balanceada, onde outras formas de geração ganhem maior relevância da distribuição nacional.
Neste sentido, o potencial eólico do País ganha relevância, com a instalação de novos parques pelo território nacional. Nos últimos dez anos, foram realizados 20 leilões de energia, além de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte. Dos 63,6 GW contratados, 12% devem vir de usinas eólicas.
A expectativa de especialistas é de que, em dez anos, o sistema eólico represente 10% da oferta de energia – segundo Lucia Coraça, diretora de Energia da Pöyry no Brasil, esta deverá ser a fonte de energia com maior crescimento na próxima década. “A oportunidade é bastante grande, uma vez que a geração eólica deverá quadruplicar, em potência instalada, nos próximos dez anos”, diz.
Uma das empresas que tem deixado sua marca na diversificação da matriz energética brasileira é a Siemens. Após a aquisição da divisão de turbinas a gás aeroderivadas e compressores da Rolls-Royce, a empresa alemã reforçou seu potencial tecnológico para atuação no mercado eólico.
No Brasil, a Siemens atuou na construção de 18 parques eólicos no Nordeste do País, que totalizam a geração de mais de 470 MW em energia. São 205 aerogeradores espalhados pelo Rio Grande do Norte, Bahia, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Juntos, os empreendimentos totalizam a geração de mais de 470 MW, o suficiente para o abastecimento de 800 mil lares. Além disso, a empresa também atua em dois complexos eólicos em João Camaro (RN), um em Caetité (BA) e em Morro do Chapéu (BA).
A confiabilidade das redes
Entre os aeroportos e estádios preparados para a Copa do Mundo de 2014, também houve alguns investimentos que não encantam tanto os olhos – mas fazem toda a diferença para o dia a dia. Um deles foi a ampliação da subestação de distribuição de energia elétrica do GRU Airport, ou Aeroporto Governador André Franco Montoro, em Guarulhos, no Estado de São Paulo.
A Siemens foi contratada pela concessionária administradora do aeroporto para fornecer equipamentos e soluções de modo a ampliar a subestação e atender com segurança o Terminal 3, inaugurado mais recentemente. “Novas subestações permitem reduzir o comprimento de circuitos, que se traduz na melhoria dos indicadores de desempenho da rede elétrica”, afirma Silvio Xavier Duarte, professor de Engenharia Elétrica da FEI.
No entanto, a ampliação da subestação de Cumbica foi apenas uma das oportunidades. De acordo com Duarte, são inúmeros investimentos possíveis para otimizar os padrões de desempenho de uma rede.
O futuro é convidado
Entre as estratégias de ganhos de eficiência e otimização da distribuição de energia elétrica, a tecnologia de Smart Grid tem sido um dos sistemas mais discutidos e implantados em todo o mundo. Já em 2011, a Light, concessionária do Rio de Janeiro, fechou uma parceria com a Siemens para implementação do sistema de monitoramento de 500 câmaras subterrâneas onde ficam localizados transformadores da rede de energia na capital do Estado.
Segundo a empresa, o sistema tem como objetivo monitorar e prevenir situações de risco de explosões, incêndios, inundações, intrusão, além de controlar e comandar os elementos ativos dentro da câmara como transformadores e chaves. Esse foi um dos projetos que motivou a criação, em 2012, do primeiro centro de pesquisa em Smart Grid da Siemens em toda a América Latina, em Curitiba, no Paraná.
O sistema de supervisão e controle do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) também passa a contar com a tecnologia Smart Grid. O consórcio Siemens-Cepel implantou um sistema que figura entre os mais avançados e confiáveis já implementados globalmente.
O Reger que, segundo a Siemens, coloca o Brasil na vanguarda global da tecnologia do gerenciamento elétrico, foi implantado gradualmente ao longo de 2013 nos cinco centros de operação do ONS localizados no Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Florianópolis. O projeto foi vencedor do Prêmio Metering Latin America 2012, na categoria Smart Grid.
Perdas não técnicas
Os furtos de energia, erros de medição e erros no processo de faturamento são exemplos das chamadas perdas não técnicas de energia. As regiões Norte e Nordeste são as recordistas neste tipo de perda, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Respectivamente, 22% e 10% das perdas se devem aos famosos “gatos” e erros de medição e cobrança.
Em fevereiro deste ano, representantes da Siemens e demais empresas participantes do consórcio vencedor Energia + Smart, Itron e Telemont assinaram um contrato de mais de R$ 200 milhões com a Eletrobrás, financiado pelo Banco Mundial, para a implantação do sistema e centro de gerenciamento de medição, passando pelo fornecimento de medidores inteligentes, serviços de instalação e manutenção. O objetivo central do projeto é reduzir o nível de perdas não técnicas de forma sustentável e consistente.
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