O sistema de energia vem globalmente evoluindo de um modelo unidirecional para um sistema bidirecional, com soluções cada vez mais diversificadas. Nesse cenário, uma das mais importantes conclusões é a de que a energia elétrica tem um papel crítico a desempenhar no futuro. Como fonte de energia, a eletricidade é muito mais eficiente do que outros combustíveis utilizados, como carvão, gás ou petróleo. Por esta razão, ela deve assumir um papel cada vez mais importante em sistemas energéticos, tanto como uma forma primária de energia como uma fonte secundária.
Além de mais diversificado, o modelo de geração e distribuição de energia no Brasil também está avançando para ficar mais limpo. Há dez anos, a geração de energia elétrica usando o vento era praticamente nula, e hoje já é responsável por 5% de toda a energia que chega aos comércios e às residências. De acordo com relatório recente do GWEC (Global World Energy Council), o Brasil foi o quarto país em crescimento de energia eólica no mundo em 2015, atrás da China, Estados Unidos e Alemanha, e representa 4,3% do total de nova capacidade instalada no ano passado no mundo todo.
Dados recentes do Ministério das Minas e Energia apontam que na oferta de energia elétrica – subconjunto dos indicadores da matriz energética do País – uma proporção de 79,3% é de fontes renováveis. A notícia é ótima e coloca o Brasil numa situação de destaque mundial, uma vez que a média global é de 24%. “O Brasil tem um longo compromisso com a utilização de fontes renováveis de energia e tem também deslanchado na oferta de novas fontes energéticas, como biomassa e eólica”, afirma Maria Benintende, analista dos segmentos de Energia e Meio Ambiente da Frost&Sullivan da América Latina.
Do ponto de vista regulatório os avanços também foram percebidos. Desde 2012, o Brasil voltou sua atenção para a geração distribuída, com o lançamento de uma série de regulamentações para promover tecnologias de energia renovável em pequena escala. “Além disso, o fim da incerteza sobre a renovação das concessões de energia que paralisou o País durante anos também deu mais tranquilidade jurídica ao sistema, e isso tudo coloca o País num cenário mais positivo”, afirma Maria.
Porém, a fim de alcançar o pleno potencial, outras melhorias são necessárias. O momento econômico instável é um dos vilões para esse desenvolvimento. “Temos um mercado reprimido de quase 70 milhões de medidores inteligentes residenciais que não decola pela falta de capacidade de investimentos que as empresas estão enfrentando”, aponta a analista da Frost. As enormes perdas que ainda ocorrem na distribuição e transmissão de energia são outros dos problemas a serem enfrentados. “Nesses casos, é necessário investir em tecnologia e sistemas de gestão de redes inteligentes e medidores inteligentes, além de mecanismos que permitam armazenamento de energia, que pode suprir o sistema em momentos de escassez ou de picos de uso”, completa Maria Benintende.
Veja mais em Siemens.