O transporte urbano de massa que seja amigável ao clima e ao meio ambiente é hoje um componente vital para garantir a qualidade do ar e, por consequência, da vida de seus habitantes. Por conta disso, as frotas de ônibus em algumas cidades europeias estão se tornando objeto de atenção, uma vez que a maioria dos ônibus em uso hoje no mundo é movida a diesel ou gasolina. Para reduzir as emissões de CO2, algumas operadoras de ônibus urbanos estão adotando sistemas alternativos de propulsão e, aqui, a eletricidade tem ganhado destaque.
Atualmente, empresas como a Siemens oferecem a operadores e prefeituras soluções desenvolvidas especificamente para a construção de estruturas completas para ônibus elétricos. Essas soluções incluem os motores, conversores elétricos para os veículos e estações externas de carregamento.
O sistema de carregamento automático serve não apenas para ônibus elétricos (eBus) e eBRTs (Electric Bus Rapid Transit), mas também para o carregamento de veículos híbridos. Ele utiliza o padrão de comunicação para eletromobilidade e pode ser como um sistema aberto para o carregamento de diversos tipos de ônibus.
Um dos projetos da Siemens foi desenvolvido em parceria com a sueca Volvo, por meio de um acordo global assinado em 2015. Pelo acordo, a divisão de ônibus da Volvo fornece os veículos – 100% elétricos ou híbridos – e a Siemens instala as estações de carregamento. “Os ônibus elétricos são uma parte essencial para um transporte público urbano sustentável”, afirma Jochen Eickholt, CEO da divisão Mobility da Siemens.
Em 2015, as duas empresas entregaram um sistema completo, formado por ônibus híbridos e estações de carregamento para a cidade de Hamburgo, na Alemanha. No mesmo ano, o município de Gotemburgo, na Suécia, também recebeu uma estrutura completa, esta com ônibus 100% elétricos.
Em apenas um ano de operação em Gotemburgo, a redução no consumo de combustível e de emissões de dióxido de carbono foi superior a 75%, em comparação com os ônibus movidos a diesel utilizados anteriormente. Na Suécia, a implementação dos ônibus elétricos é resultado de um projeto chamado ElectriCity, uma cooperação entre a comunidade acadêmica, indústria e urbanistas com o propósito de desenvolver, demonstrar e avaliar a próxima geração do transporte público.
Na América Latina, a cidade de Curitiba (PR) é a primeira a receber um projeto piloto da parceria. Até dezembro, a população da cidade poderá utilizar o ônibus híbrido.
A autonomia operacional do veículo no módulo 100% elétrico pode chegar a 10 km percorridos, o que representa 70% do tempo de operação – graças à carga rápida e alta capacidade de bateria. A recarga elétrica é feita nas estações em até 6 minutos. Assim, o veículo oferece flexibilidade de operação, podendo operar de maneira 100% elétrica em áreas selecionadas – período em que não emitem poluentes e é totalmente silencioso – e como híbrido em qualquer parte do percurso.