Segurança

11 de dezembro de 2017

Segurança digital nas empresas: qual o papel dos líderes?

CEOs devem conduzir as estratégias para mostrar credibilidade e transparência

Qualquer executivo atento às mudanças no mercado percebe que a transformação digital é uma realidade em vários setores. As organizações precisam provar que, dentro dessa nova economia em rede, podem se reinventar, mostrar produtos inovadores, oferecer serviços mais ágeis, antecipar-se às demandas dos clientes. Mas essa movimentação também gera preocupações, e uma das principais é com a segurança dos sistemas operacionais, dos computadores e das informações privadas do negócio.

“Para você ter uma ideia, 89% dos CEOs já afirmam que, dentro da jornada da transformação digital, a segurança da informação é fundamental para a seguridade das corporações, porque atinge diretamente o valor da companhia”, informa o sócio da PwC de Cibersecurity & Privacy, Eduardo Batista. Isso se traduz também no aumento dos investimentos nessa área. Segundo a Pesquisa Global de Segurança da Informação 2017, também da PwC, os orçamentos das empresas em cibersegurança passaram de US$ 2,8 milhões em 2012 para US$ 5,1 milhões em 2016.

E por que esse é um fator tão importante? Entre os motivos estão os diversos acidentes cibernéticos que podem acontecer, afetando a imagem das corporações e dos seus produtos. “Alguns segmentos, como o financeiro, trabalham com base em segurança. Ninguém vai abrir conta em um banco que foi invadido”, exemplifica Batista.

Além disso, as empresas estão usando as ações em cibersegurança como estratégia competitiva. Ao mesmo tempo em que trabalham para proteger sua própria cadeia de valores (redes, computadores e sistemas), elas conseguem mostrar para seus clientes, acionistas e parceiros que estão preocupadas com as inovações ao redor, e isso gera diferencial de mercado. Se há pouco mais de dez anos uma corporação só precisava se preocupar com a segurança dos seus ativos, hoje ela deve também empenhar-se em preservar o ecossistema do qual faz parte.

Transparência de mercado

Outra tendência pode ser vista no mercado financeiro. À medida que empresas abrem seus capitais na bolsa, cresce a demanda por conselhos de administração cada vez mais profissionalizados, com uma cadeira de tecnologia da informação e de cybersecurity nesses espaços.

“A necessidade de transparência é iminente caso haja um acidente [de segurança]. Os acionistas precisam estar cientes, o regulador vai querer saber, porque o valor da companhia pode sofrer uma alteração, acarretando uma pressão maior sobre o executivo”, explica Batista.

Isso fará com que sejam exigidos planos de segurança com maior robustez, com modelos de treinamento específicos e alto nível de transparência, que se adequem do chão de fábrica até a administração.

O papel dos CEOS

Dentro desse plano de segurança digital, o CEO tem o papel fundamental de liderar os processos de transformação. É o responsável por ser o porta-voz das ações, garantindo transparência e relevância. “Ele vai deixar claro que a empresa tem processos criados de maneira robusta, e que vai ter resiliência caso ocorra um ataque”, observa Batista.

Nesse processo, o CEO pode e deve buscar parceiros tecnológicos que o ajudem a criar essas soluções eficazes. É uma das maneiras de mostrar que a transformação digital e a cibersegurança são estratégias de valor para o negócio.

Como colocar a sua empresa à frente

– Busque parceiros tecnológicos à altura do seu negócio, que possam oferecer soluções com confiabilidade;
– Invista em tecnologia de ponta para proteger suas redes e também no treinamento das equipes;
– Seja transparente com seus parceiros, fornecedores e clientes;
– Utilize as soluções em cibersegurança também como diferencial de mercado.

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