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02 de junho de 2016

Digitalização a favor do meio ambiente

Na última Conferência do Clima, realizada em Paris, em dezembro de 2015, 195 países membros da Convenção do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Europeia concordaram em manter o aquecimento global “muito abaixo de 2 °C”. Isso significa diminuir a emissão de gases do efeito estufa, entre eles, o carbono. Não se trata de uma tarefa fácil, considerando-se que o consumo de eletricidade, um de seus principais emissores, torna possível o uso de diversas facilidades como Wi-Fi, ar-condicionado e o chuveiro elétrico, para citar algumas delas.

É aí que entra o papel fundamental da tecnologia. A digitalização foi apontada como o principal elemento de transição para um mundo com baixa emissão de carbono no estudo Economia de Baixo Carbono, da Accenture. “O digital ajuda muito quando queremos monitorar, entender exatamente como acontece a utilização de um determinado insumo”, diz Dirceu Azevedo, diretor executivo da Accenture Strategy.

O rápido avanço da tecnologia diminui o preço das alternativas à energia elétrica, e da distribuição de energia. O documento da Accenture cita como exemplo o custo da energia solar, que ficou três vezes mais barata entre 2010 e 2015. As startups ligadas a esse setor foram as que mais receberam investimentos entre 2012 e 2015. Isto demonstra, de maneira geral, que o investimento tecnológico em fontes renováveis aumenta consideravelmente.

Em 2015, esse tipo de energia representou mais da metade dos investimentos na área, no mundo todo, segundo a Accenture. A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) prevê que até 2025 os investimentos em renováveis serão o dobro do que nas fontes dependentes de combustíveis fósseis. “Enxergamos cada vez mais que a questão de energia distribuída e limpa vai acontecer”, afirma Azevedo.

Empresas e consumires engajados

Outra tendência apontada pelo relatório da Accenture em relação ao impacto da tecnologia no ambiente é o engajamento dos consumidores finais em relação à preservação ambiental. “As pessoas estão mais bem educadas, informadas e exigentes”, afirma Azevedo. Prova disso é que, segundo o documento da Accenture, 80% dos consumidores brasileiros consideram adquirir sistemas inteligentes de monitoramento de casa e de produtos nos próximos cinco anos, por razões ambientais.

Percebendo esse movimento, diversas empresas buscam obter e manter suas licenças sociais. “É preciso entregar algo para a sociedade. Muitas companhias estão buscando esse modelo. É assim que a sustentabilidade tem que ser percebida atualmente”, diz Azevedo. Empresas como a Phillips e a Unilever, por exemplo, estão engajadas numa iniciativa global para apoiar companhias comprometidas a usar 100% de energia renovável. A estimativa é que a meta seja cumprida até 2020.

Internet das Coisas pode reduzir o desperdício de água

Outro ponto relacionado à influência da digitalização nos impactos ambientais destacados pelo executivo da Accenture é em relação ao consumo de água.

Azevedo ressalta que há uma série de desperdícios desse recurso, com perdas que podem chegar a 40% em nível nacional. A solução requer uso intensivo de tecnologia, sobretudo da Internet das Coisas. A instalação de sensores de fluxo e pressão nos locais corretos, por exemplo, pode antecipar problemas como vazamentos.

O executivo ressalta que a combinação entre os setores hídrico, energético e material pauta a Accenture quando o assunto é tornar as cidades inteligentes. “O desafio é capturar dados e não se perder nesse volume de informação. Acreditamos que a tecnologia é o que pode fazer a grande diferença nesse modelo de negócio”, diz.

Saiba mais em Accenture.

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