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20 de outubro de 2017

Airbnb x hotéis: onde os turistas preferem ficar?

O Airbnb, ao lado da Uber, está entre as empresas mais disruptivas do momento –  a ponto de se aproximar de uma indústria tradicional como a hoteleira, ao oferecer preços acessíveis, experiências genuínas e a liberdade de usar a cozinha, por exemplo.

Mas será que isso é suficiente para ameaçar os hotéis? A Accenture resolveu descobrir e, para isso, ouviu 2.500 turistas em cinco países – China, França, Japão, Reino Unido e Estados Unidos.

Tanto quem viaja a negócios (74%) quanto quem viaja a lazer (84%) ainda prefere hotéis entre todas as alternativas. Mas as acomodações particulares, casas ou apartamentos, estão ganhando força. As pessoas que escolhem essas opções ainda são minoria, mas já em quantidade eloquente.

41% dos viajantes (entre os quais 61% são formados por millennials) escolheram acomodação particular em vez de hotel nos últimos seis meses. E não é só preço o fator determinante – 21% dizem que o custo é menor, mas 14% levaram em conta a localização e 13% estavam em busca de uma experiência única.

Outros números interessantes: 54% das pessoas que viajam a negócios e 64% das que viajam a lazer considerariam se hospedar em um Bed & Breakfast. Os percentuais são de 32% e 44%, respectivamente, quando se fala em alugar uma casa; 34% e 45% quando se fala em alugar um apartamento; e 51% e 70% quando se fala em ficar na casa de parentes ou de amigos.

Cada país também revela suas particularidades. 93% dos chineses que viajam a negócios escolhem exclusivamente/geralmente hotéis, comparado com um percentual de 74% ao redor do mundo.

Enquanto isso, 5% dos franceses levam em conta uma experiência única como fator de escolha de acomodações particulares. No resto do mundo, esse percentual é de 13%. Por outro lado, o país tem o número mais alto de viajantes que escolhem esse tipo de hospedagem por causa do preço.

O Japão tem o maior número de turistas que escolhem exclusivamente hotéis e a maior porcentagem de viajantes que considerariam o “preço melhor” como o principal fator de influência para escolher apartamentos ou casas no futuro.

O Reino Unido tem a maior porcentagem de entrevistados que nunca considerariam um hotel para uma viagem de negócios. Mais viajantes de lazer no Reino Unido (85%) exclusivamente/geralmente consideram um hotel do que viajantes de negócios (60%).

Os Estados Unidos têm o maior número de viajantes de negócios escolhendo exclusivamente apartamentos (18%) e casas (18%). Isso se repete também entre os viajantes de lazer – 23% consideram apartamentos e 19%, casas. A experiência única é o principal motor de escolha para os americanos.

O estudo da Accenture sugere ainda que os hotéis comecem a se preparar agora para essa disputa. Entre as estratégias, é preciso esquecer a ideia de que é possível atender a todos. Em alguns casos, o preço será determinante. Em outros, a localização e a realidade geográfica de cada lugar.

Mas o que é possível e viável é que as grandes marcas se desdobrem em outras, segmentando seus produtos com base no preço, grau de aventura ou luxo e, assim, alcancem mais turistas.

Para atender a quem busca experiências mais realistas, a ideia é investir em imersão, propondo, por exemplo, eventos gastronômicos e culturais com curadoria cuidadosa. Nesse sentido, é válido pensar em propostas que sejam uma espécie de fusão entre o Airbnb e o serviço de hotel. Só não dá para fingir que nada está acontecendo.

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