Apresentado por: Senac 70 anos Senac 70 anos

Senac 70 anos

10 de março de 2017

Senac e Embraer fortalecem colaboração investindo em inclusão

Quando um profissional com deficiência consegue colocação no mercado de trabalho, recebe mais do que uma oportunidade. Além de ter um direito assegurado, ele vê fortalecida sua dignidade e autoestima.

No Brasil, foram criados mecanismos legais para promover essa inserção, como a Lei 8.212/91 (“Lei de Cotas”) e a Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/15). Mas a questão muitas vezes extrapola a obrigatoriedade. Algumas empresas despertaram para a importância da diversidade em seus ambientes organizacionais. É o caso do Senac, cujo programa de inclusão recebeu, em dezembro do ano passado, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o prêmio Reconhecimento Global Boas Práticas para Trabalhadores com Deficiência, oferecido pelo governo do Estado de São Paulo.

“O grande diferencial do Programa de Inclusão de Pessoas com Deficiência do Senac, desenvolvido desde 2002, é o fato de ele considerar várias dimensões da acessibilidade. Não queremos apenas cumprir a cota exigida pela lei. Trabalhar essa questão tem um impacto importante na nossa cultura organizacional, fortalece o aspecto colaborativo e mostra que todos têm potencial produtivo”, enfatiza Mario Valle, um dos coordenadores do projeto.

Ele explica que, ao aceitar o desafio de incluir funcionários com deficiência, a instituição também passou a entender e a responder melhor às demandas de seus alunos que apresentam a mesma condição.

Para recrutar candidatos, o Senac participou de feiras do setor. “Cadastramos mais de 450 pessoas. Dessas, 60 foram efetivamente contratadas. Também estimulamos outras instituições a nos encaminhar candidatos e passamos a oferecer vagas para nossos próprios alunos com deficiência”, relata Valle.

Adaptação

O processo de adaptações da estrutura para que a pessoa tenha condições plenas de desempenhar sua função se inicia antes mesmo da contratação e está alinhado ao princípio de eliminação de barreiras adotado pelo programa de inclusão. “Aqueles com baixa estatura precisam de aparelho de ponto e mobília mais baixos. Já os profissionais com deficiência visual demandam softwares de vocalização para usar o computador. Temos ainda uma funcionária tetraplégica que necessita de procedimento ambulatorial, que é feito na própria empresa”, conta Andreza Matsumoto, que também coordena o projeto.

Andreza destaca, no entanto, que apenas contratar e adaptar o ambiente de trabalho não faz com que o funcionário seja de fato incluído. Por isso, uma série de ações é realizada para que ele seja integrado à equipe. Entre elas, estão os workshops de inclusão, em que outros colaboradores experimentam algumas das situações vivenciadas diariamente por pessoas com deficiência, gerando empatia e consciência das responsabilidades.

“Um grupo das nossas unidades chegou até mesmo a criar um evento de moda inclusiva. Alunos do curso de moda fizeram peças acessíveis de vestuário e organizamos um desfile com nossos funcionários com deficiência. Tudo foi registrado por nossos estudantes de fotografia”, diz Andreza.

O Senac promove ainda encontros para fortalecer as relações de trabalho entre equipes, cuja finalidade é estimular o desenvolvimento dos funcionários por parte dos líderes. Graças a ações como essas, 34% dos colaboradores com deficiência já receberam ao menos uma promoção.

A instituição também desenvolve ações de formação de profissionais com deficiência intelectual. Um dos exemplos é o Programa Educação para o Trabalho Trampolim. Por meio dele, o Senac capacitou 917 jovens e adultos entre 2010 e 2016, além de contratar egressos do programa. Atualmente, o Senac conta com 43 funcionários com deficiência intelectual.

“Hoje, temos 455 pessoas com deficiência em todas as áreas da organização. Não fazemos mapeamento dos cargos para direcionar funcionários com deficiência a determinados setores. Contratamos pela capacidade e fazemos as adaptações necessárias, independentemente da função que ele irá desempenhar”, esclarece Andreza.

Embraer na Rota da Diversidade

Promover a inclusão também é uma preocupação da Embraer. Em 2012, a empresa lançou o programa Embraer na Rota da Diversidade. A iniciativa começou a partir de uma parceria com o Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), que resultou na contratação de 100 aprendizes com diferentes tipos de deficiência. “Em uma primeira etapa, a capacitação é realizada em instituições parceiras. Na etapa seguinte, o treinamento prático é realizado na empresa”, conta Cleide Muto, analista de recursos humanos da Embraer.

Com o passar dos anos, o projeto evoluiu e, atualmente, todas as pessoas com deficiência selecionadas pelo programa são contratadas como Trainees Técnicos. No caso da unidade de Gavião Peixoto, a capacitação nos cursos de Auxiliar Administrativo e de Operador de Computador foi realizada pelo Senac.

“O Senac recebeu uma turma com 50 alunos e todos tinham algum tipo de deficiência. Foram necessárias adaptações no material didático, no espaço e na equipe que trabalhou com eles, fazendo dessa experiência algo único. Nossa meta, agora, é dar sequência ao projeto e ter uma empresa cada vez mais inclusiva e aberta para a diversidade”, ressalta Cleide.