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13 de março de 2017
Seja para contratar um novo funcionário ou reter talentos, o setor de Recursos Humanos (RH) de uma empresa necessita de dados para executar seu trabalho de maneira eficiente. Com os avanços tecnológicos, o volume de informações à disposição desse departamento cresceu, bem como a capacidade de processá-las com o auxílio do Big Data. Graças a isso, os gestores de RH hoje contam com mais ferramentas para ampliar a produtividade do negócio.
“Antes, o RH tinha um universo limitado de análise, como resultados, remuneração, jornada exercida, tempo de empresa, cursos realizados. Com o Big Data, é possível adicionar novas variáveis, como comportamento e movimentação dos funcionários no ambiente de trabalho. E todos esses dados podem ser processados em conjunto para dar suporte às medidas que beneficiem a empresa”, afirma Wilson Amorim, professor da Fundação Instituto de Administração (FIA).
Armando Weill, superintendente do Grupo de Tecnologia da Informação da Associação Paulista de Recursos Humanos e de Gestores de Pessoas (AAPSA), cita o caso de um banco norte-americano que usou o Big Data para alavancar a produtividade da sua rede de call centers. Apesar de atuar em várias cidades, a empresa oferecia atendimento padronizado. Mesmo assim, havia diferenças de desempenho.
“Com o auxílio do MIT [Massachusetts Institute of Technology], foram adotados crachás inteligentes que captavam voz e movimento dos funcionários. A partir dos dados coletados, chegou-se à conclusão de que os mais falantes tinham maior facilidade para resolver problemas. Com isso, o banco passou a promover intervalos que possibilitassem interação entre as pessoas, exercitando a eloquência delas”, relata.
Alvo certo
O Big Data também pode auxiliar no recrutamento de candidatos a uma vaga de emprego, ajudando o RH a encontrar pessoas com perfil mais alinhado à cultura da empresa. “Hoje, você consegue fazer uma avaliação mais completa de um profissional, varrendo redes sociais e outros locais na web. É possível ver se ele é muito ativo, falante, se é mais sério ou descontraído e concluir se as características encontradas estão de acordo, ou não, com o esperado”, acrescenta Weill.
Porém, Amorim destaca que de nada adianta contar com mais informações se o gestor de RH não souber como utilizá-las de forma adequada. Por isso, capacitação é essencial para que ele aprenda a interpretar dados, usando-os para fundamentar melhores decisões para a empresa.
Apesar da importância desse recurso, o professor da Fundação Instituto de Administração faz uma ressalva: “Trata-se apenas de uma ferramenta de apoio. É importante avaliar também os indivíduos, e não apenas os dados. Seria como se um médico fizesse um diagnóstico somente com base em estatísticas, sem examinar e conversar com o paciente”.
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