Na hora de comprar um vinho, você encontra uma gama enorme de preços: algumas garrafas custam poucas dezenas de reais, enquanto outras têm etiqueta de três dígitos, às vezes até quatro. O que faz esse valor oscilar tanto?

Não é a qualidade. É o custo de produção.

Alguns vinhos são sempre caros, mas nem sempre bons. Pegue a região da Borgonha, na França. O clima é frio e inconstante – assim, algumas safras são boas e outras bem fracas. A terra é escassa e cara. O volume e o rendimento da produção são baixos. Esses fatores fazem com que até os vinhos de qualidade sofrível valham um dinheirão. Ou seja, esses vinhos têm uma relação custo-benefício ruim.

Na Argentina – especialmente em Mendoza – ocorre o oposto. A relação custo-benefício é a melhor possível. As condições climáticas e de manejo são tão favoráveis que mesmo os vinhos mais baratos podem apresentar excelente qualidade.

O preço sobe na medida em que aumentam o trabalho e o tempo empenhados na produção da bebida. Um vinho de maior valor costuma ser mais concentrado, mais intenso e de aromas mais complexos do que uma garrafa destinada ao consumo cotidiano. Isso não significa que ele seja necessariamente melhor: cada situação demanda uma categoria de vinho. Para ocasiões especiais, rótulos especiais.