Porto do Itaqui

Um dos principais 
portos públicos do 
Brasil

Novo modelo de gestão é implantado

Entre os materiais, minérios e grãos transportados estão alumínio, celulose, cimento, fertilizantes, carvão, soja, milho, manganês e etanol

Entre os materiais, minérios e grãos transportados estão alumínio, celulose, cimento, fertilizantes, carvão, soja, milho, manganês e etanol

O Porto do Itaqui integra o segundo maior complexo portuário em movimentação de carga do País. Gerido pela Empresa Maranhense de Administração Portuária desde 2001, a partir do início de 2015 passou por uma série de transformações em seu modelo de gestão e rejuvenesceu: com mais eficiência na administração e diminuição de custos, houve um grande aumento de lucratividade e um crescimento operacional de 21% em relação aos números de 2014, um marco na história do terminal.

O Porto do Itaqui, que fechou o ano passado com recorde de 21,8 milhões de toneladas transportadas, ajuda a impulsionar o desenvolvimento econômico e social do Estado e da região. “O direcionamento dos nossos investimentos e das ações que tomamos nos últimos anos vão muito além de melhorar apenas os resultados financeiros do porto”, explica Ted Lago, presidente do Porto do Itaqui. “Servem principalmente para fomentar o desenvolvimento econômico de toda essa região. Atendemos sete estados onde moram aproximadamente 50 milhões de pessoas.”

Os números de 2016 serão afetados por fatores externos à gestão, como a quebra da safra de grãos na região do MATOPIBA superior a 40% em algumas áreas, o que vai impactar o volume de movimentação do porto. É uma situação sazonal que não comprometerá os investimentos previstos para os próximos dois anos.

Localizado na Baía de São Marcos, a 11 quilômetros do centro de São Luís, capital do Maranhão, o terminal tem uma posição estratégica em relação aos mercados da América do Norte e da Europa, além de ficar próximo ao Canal do Panamá, cuja ampliação o deixou mais perto dos mercados asiáticos. Os navios que usam o Itaqui conseguem economizar até uma semana de viagem para importantes terminais do mundo — como o de Roterdã, que fica a apenas dez dias de navegação do Maranhão — em comparação com os localizados nas regiões Sul e Sudeste. Entre os terminais marítimos brasileiros, é o que apresenta o melhor custo-benefício para os mercados nacional e internacional.

Por causa de sua localização, o Porto conta com abundantes acessos rodoviários (com conexão para estradas federais e estaduais, que o ligam a todo o Brasil) e ferroviários (com a Estrada de Ferro Carajás, a Ferrovia Norte-Sul e a Companhia Ferroviária do Nordeste). “Temos uma ligação ferroviária de quase dois mil quilômetros daqui até Anápolis, em Goiás, em uma espinha dorsal do Brasil que nos dá a possibilidade de alta rotatividade de carga”, afirma Ted Lago. Entre os negócios internos que o porto está desenvolvendo, destaca-se justamente uma parceria que vem sendo desenhada com o Porto Seco de Anápolis e com as empresas Brado e Valor Logística Integrada (VLI) para incentivar a movimentação de contêineres, trazendo e levando cargas para o Centro-Oeste do País.

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“O Porto do Itaqui é a ponta final de um corredor logístico de alta relevância estratégica para o Brasil”, afirma Marcelo Spinelli, diretor presidente da VLI, que engloba as Ferrovias Norte-Sul e Centro-Atlântica, além de terminais intermodais. “Desde que começamos a operar cargas no Itaqui, sempre acreditamos no potencial do porto. Temos realizado investimentos a longo prazo em nossas operações no Tocantins e no Maranhão que se ancoram nas projeções de crescimento da capacidade portuária do Itaqui.” Já estão previstos embarques-teste de grãos conteinerizados, que serão movimentados pela Norte-Sul e Estrada de Ferro Carajás.

“As boas ligações ferroviárias permitem atingir, com custos logísticos relativamente baixos, os estados do Pará, Tocantins e Goiás, pela Estrada de Ferro Carajás e pela Ferrovia Norte-Sul, e também estados da Região Nordeste, por meio da estrada de ferro operada pela Ferrovia Transnordestina”, detalha Ary Serpa Júnior, gerente geral da Odfjell Terminals Granel Química, que opera no porto. “E a proximidade com regiões produtoras de combustíveis, como o Caribe e a Venezuela, torna a importação dos produtos mais barata em relação a outros portos da costa brasileira.” Outra vantagem do posicionamento físico do terminal, que possui clima e marés específicos, é que ele exige menos gastos com dragagem, reduzindo o custo de funcionamento.

A grande profundidade dos berços do porto é outro diferencial importante. O Itaqui, por exemplo, é um dos únicos portos do Brasil onde o navio Dragão do Mar, da Petrobras, que pode atingir 157 mil toneladas, consegue operar. Os operadores cooperadores concordam. “Um dos principais diferenciais do Itaqui é a profundidade dos berços de atracação, que possibilita a operação de navios de grande porte e consequentemente a descarga de grandes volumes de combustíveis para distribuição nos estados vizinhos”, afirma Serpa Júnior. “É muito bom para o dono da carga porque, quando ele pode aumentar a escala do navio, o custo da operação por tonelada diminui. Isso é um dos atrativos do Porto”, explica Ted Lago.

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O Porto do Itaqui serve às movimentações de carga marítimas do Estado do Maranhão, a 89% das exportações do Piauí, a 77% das exportações do Tocantins e a 54% das da região chamada de MATOPIBA, que envolve os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, além de escoar 660 mil toneladas de grãos vindos do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pará. Entre os materiais, minérios e grãos transportados a partir do Porto do Itaqui estão alumínio, celulose, cimento, fertilizantes, carvão, soja, milho, trigo, manganês, etanol e outros.

Em 2014, saíram do Porto pouco mais de 18 milhões de toneladas de produtos de natureza diversa, em contêineres de carga geral, granéis sólidos e granéis líquidos. Mas o aumento tem sido rápido e muito expressivo: além do crescimento de 2015, de janeiro a junho de 2016 esse número já chegou a 9,633 milhões de toneladas.

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