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As perspectivas de mercado para músicos recém-formados

Novas demandas, aperfeiçoamento e empreendedorismo são palavras-chave para quem busca oportunidades no setor

Quais são as perspectivas de mercado para quem acaba de se graduar em um curso de música? A resposta, claro, é complexa e passa por inúmeras variáveis, desde a formação acadêmica até a instabilidade econômica nacional e as novas formas de exercício da profissão.

Como se sabe, os que optam pela licenciatura podem lecionar na rede pública e também em instituições privadas; já os que decidem pelo bacharelado estão aptos a trabalhar como músicos, regentes, compositores ou arranjadores, não só em orquestras e bandas, como também produzindo para segmentos específicos, tais como publicidade, audiovisual e indústria de games.

Em um levantamento recente obtido a partir de dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), o Ministério do Trabalho (hoje Secretaria da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia) apontou que, entre 2002 e 2016, foram criados cerca de 130 mil postos de trabalho ocupados por músicos profissionais no País.

“Neste período, muitas vagas que já existiam nas principais orquestras do País foram formalizadas. Hoje a renovação é bastante restrita, mas, por outro lado, existe uma crescente demanda fora dos grandes centros, com o surgimento de polos de produção musical, atividades de formação e inclusão social”, analisa o maestro Abel Rocha, regente titular da Orquestra Sinfônica de Santo André e professor de regência na Unesp.

Ao expor essa realidade, Rocha – que também dirige o Clube do Ouvinte, bate-papo que antecede os concertos do Mozarteum Brasileiro – defende que os novos profissionais estejam prontos para atuar com versatilidade. “Claro que a maioria tem expectativa em tocar em formações de renome, mas não há demérito algum atuar em eventos, gravar e fazer apresentações para complementar a demanda de prestação de serviços”, diz.

Mais números

Também em 2016, o relatório Desenvolvimento do Programa de Economia da Música, do Ministério da Cultura (hoje Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania), indicou que 39,5% dos músicos profissionais brasileiros tinham até 35 anos; 66%¨deles possuíam mais de cinco anos de formação em música, sendo 37% em nível superior, 11% em conservatórios e 17% em cursos livres.

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Ainda de acordo com o documento, em relação à natureza da ocupação, 59% afirmavam que o trabalho autoral ou de intérprete era sua principal atividade; 14% acompanhavam outros artistas; 8% integravam orquestras; e 20% eram professores de música.

Transpondo este cenário para valores atuais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), pode-se dizer que hoje, em início de carreira, um músico intérprete ganha em média R$ 3,3 mil, em uma jornada de 36 horas semanais; um professor de música no ensino superior, R$ 1,9 mil, para 27 horas semanais; e um musicólogo, R$ 1,6 mil, para 31 horas semanais.

Formação valorizada

Diretor artístico da Orquestra Acadêmica Mozarteum Brasileiro (OAMB), o maestro Carlos Moreno entende que o tempo de aprendizado antes da profissionalização deve ser melhor considerado.

“Acredito que todo músico deve, de alguma forma, tentar se preservar como estudante até os 25 anos. Quanto mais tempo dedicado ao estudo e devidamente focado, mais chances ele terá de conquistar seus objetivos”, defende.

Neste sentido, a OAMB, que estreou em 2017, tem oferecido uma capacitação imersiva àqueles que buscam um diferencial nesta fase de transição. O aumento do número de inscritos para os processos seletivos da orquestra a cada ano reforça a importância da iniciativa.

“Em linhas gerais, penso que é preciso ter compreensão e responsabilidade quanto ao oferecimento de uma formação musical sólida, com uma didática ampla e rica em conteúdo – e não considerar que somente participando de aulas específicas para um instrumento o aluno se fará músico. Cabe ao professor o desafio do encantamento”, conclui.

Empreendedorismo musical

Buscar oportunidades de mercado, conhecer as políticas públicas dedicadas ao apoio da música no Brasil e exercitar o empreendedorismo também são iniciativas importantes para quem busca seu “lugar ao sol” entre acordes e partituras.

No início deste ano, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) divulgou um guia para músicos profissionais que pretendem desenvolver uma visão mais ampla quanto à própria atividade. A íntegra do documento pode ser lida aqui.