Cultura para Todos – Mozarteum Brasileiro

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Como identificar e desenvolver a aptidão musical dos filhos

A instrução musical precoce é benéfica para as crianças que demonstram afinidade com sons e instrumentos desde cedo

Wolfgang Amadeus Mozart tinha apenas cinco anos quando seus primeiros recitais deixaram boquiabertas as cortes europeias. Orientado pelo pai, seu primeiro professor, ele não só se apresentava ao piano com desenvoltura, como também já arriscava algumas composições. Era um indício claro do talento que o consagraria anos mais tarde. Mas a sua trajetória, claro, é um caso à parte.

Ter aptidão musical desde cedo não significa uma carreira profissional bem-sucedida no futuro. O excesso de expectativas quanto a isso pode, inclusive, desestabilizar um eventual processo de aprendizado.

Por outro lado, a instrução musical precoce é comprovadamente benéfica para crianças que possuem esse dom. Cabe aos responsáveis, portanto, agir com bom senso e paciência ao identificá-lo. “O desenvolvimento de um prodígio musical depende da colaboração de seus tutores. Sem esse apoio, a criança nunca terá acesso a um instrumento, a uma orientação técnica ou ao embasamento emocional para que atinja sua expressão madura”, escreveu o premiado autor e psicólogo norte-americano Andrew Solomon em um artigo para o jornal The New York Times, em 2012.

Instinto musical

Demonstrações de afinidade com a música podem ser notadas desde a primeira infância. Mover as mãos de forma independente dos pés, tentar ligar aparelhos sonoros e ter a atenção imediatamente despertada por qualquer ruído incomum são algumas delas.

Outro comportamento típico é tentar produzir ritmos com a fala antes mesmo de ter a capacidade de construir uma frase completa. Essa teoria, por sinal, encontra respaldo até na obra do naturalista inglês Charles Darwin (1809-1892). O autor de A Origem das Espécies acreditava na existência de uma protolíngua baseada somente em música – ou seja, que o homem teria cantado antes mesmo de falar.

Repertório ampliado

Mesmo que os primeiros indícios não recebam a devida atenção dos tutores, a tendência é que a vocação continue a aflorar entre a infância e a adolescência. Nessa fase os prodígios costumam, por exemplo, acompanhar o ritmo das canções com os dedos, cantarolar enquanto cumprem outras tarefas e memorizar melodias com surpreendente facilidade.

A necessidade em se expressar por meio da linguagem musical torna-se evidente e, na maioria dos casos, faz com que os responsáveis busquem caminhos para proporcionar aos filhos o aprendizado adequado.

Esse interesse crescente não deve, porém, comprometer outras atividades essenciais para seu desenvolvimento cognitivo completo, tais como a prática esportiva, passeios e, principalmente, as tarefas escolares.

Estou diante de um talento. E agora?

Conversar abertamente com seu filho sobre o quanto será preciso investir em tempo, dedicação e disciplina para se tornar um músico profissional costuma ser uma boa abordagem inicial. Se a decisão for seguir adiante, o próximo passo é buscar uma escola ou projeto de ensino musical que possa oferecer teoria e prática adequadas, com professores preparados para lapidar talentos em formação.

Ainda que o ensino musical não seja valorizado da forma como deveria no País, existem várias instituições e iniciativas que superam as habituais dificuldades para atuar com reconhecida excelência. A elas alinha-se o Mozarteum Brasileiro, que desde 1981 trabalha pelo incremento do setor, acreditando na música como um motor de transformação social e desenvolvimento pessoal.

Além de envolver estudantes da rede pública e de música em diversas atividades educativas, a associação mantém desde 2017 a Orquestra Acadêmica Mozarteum Brasileiro, proporcionando oportunidades e vivências para centenas de jovens músicos, inclusive com bolsas de estudo no exterior.