Vai migrar para um trabalho autônomo? Saiba como começar

Adestrador deixou de ser um franqueado e passou a gerir a própria carreira no segmento pet

Encontrar o emprego dos sonhos não foi difícil para o estudante de Medicina Veterinária Eduardo Parente, 26. O mesmo carinho que tem por Mahalo, seu border collie de estimação, ele dedica aos cães com os quais trabalha nas suas aulas de adestramento, no Rio de Janeiro. Autônomo, Eduardo se orgulha de unir a paixão pelos pets ao empreendedorismo.
 
A escolha pela área de comportamento animal foi para levar adiante a vontade de ter o próprio negócio e continuar trabalhando com o que ama. “Comecei a faculdade, mas também precisava ter um emprego. Ao me tornar adestrador, percebi que poderia gerar renda e continuar na minha área”.

“Ao me tornar adestrador, percebi que poderia gerar renda e continuar na minha área”. Eduardo Parente

Em meados de 2016, ele resolveu buscar qualificação. Fez um curso de formação na área de adestramento com um grupo de franquias do setor. Precisando cumprir o contrato de um ano com a marca, permaneceu associado à empresa durante 2017. Quando o acordo acabou, Eduardo percebeu que precisava levar o negócio para frente, de forma autônoma. “Recebi proposta de renovação, mas eu já tinha vontade de seguir por conta própria. Criei alguns conceitos meus, de como me planejar e de como lidar com os animais, e está dando super certo”, conta.
 
Foi assim que nasceu a Parente Pet, em janeiro deste ano. O nome não é por acaso. “Parente é meu sobrenome, mas há uma ideia em cima disso. Os pets estão virando nossos parentes, e meu trabalho é criar um ambiente saudável para os bichos e seus donos”, explica Eduardo, que cuida de cerca de 20 animais.
 

“Criei alguns conceitos meus, de como me planejar e de como lidar com os animais, e está dando super certo.”
Eduardo Parente

A transição não foi tão difícil, porque Eduardo já atuava como microempreendedor Individual (MEI), e transferiu as lições de gestão que aprendeu durante o período como franqueado para o novo negócio, que só cresce. Recentemente, ele fechou uma parceria com uma empresa de passeios de cães, e treina os passeadores para que eles saibam lidar com os animais.
 
“O cachorro tem a própria personalidade. Passear não é apenas sair na rua. Ensino qual a melhor maneira de conduzir o cão, o tipo de coleira adequado, características das raças e como interpretar sinais do animal”, explica.
 
Sem medo dos erros

Para quem quer se arriscar como profissional autônomo, Eduardo aconselha: “Não se pode ter medo dos próprios erros, e é preciso encarar de frente todas as etapas do negócio”. Foi assim que ele fez com a gestão financeira, por exemplo, que gerencia sozinho. Como cobra por aula, ele faz as anotações, coloca em um bloco de notas e, no fim do mês, confirma com os clientes e solicita os pagamentos.
 

“Não se pode ter medo dos próprios erros, e é preciso encarar de frente todas as etapas do negócio.”
Eduardo Parente

Assim como Eduardo, muitos profissionais autônomos também têm de lidar com as operações financeiras da empresa, o que muitas vezes acaba tomando tempo desses profissionais. A boa notícia é que a tecnologia pode ajudar os empreendedores a manter a empresa em dia. O QuickBooks, por exemplo, é um sistema que permite um controle financeiro do negócio, via aplicativo ou computador. Para quem trabalha como autônomo, o acesso remoto, assim como a sincronização de contatos dos clientes, facilita muito o controle o dia a dia.
 
Além de terminar a faculdade e fazer a empresa crescer, Eduardo pretende, no futuro, se tornar referência na área de comportamento animal. “Quero mostrar o quanto é importante ter um animal adestrado e, mais ainda, conhecer bem o seu animal. Mesmo dentro da raça, há diversas personalidades diferentes”, conta ele, que, além de mimar Mahalo, também divide o apartamento com o casal de lagartos Bonnie e Clyde.