Na pele de cliente, empreendedor identifica oportunidade e abre negócio na área de TI

Daniel Braga descobriu uma janela de mercado para a própria empresa ao buscar por um serviço

Se a experiência do cliente é a que conta, nada melhor do que se colocar no lugar do freguês para entender exatamente do que ele precisa, certo? Daniel Braga, de 31 anos, transformou esse argumento na premissa da Braga Technology, que comanda desde 2011. A partir de experiências pessoais (ele na posição de consumidor) e do relacionamento com parceiros, identificou demandas de mercado e conseguiu atravessar os anos de crise econômica com resultados positivos. Agora, caminha rumo à estabilidade da empresa, que oferece serviços de desenvolvimento de websites, suporte técnico para estrutura de escritórios e infraestrutura base de telefonia e cabeamento de rede.
 
O passo inicial? Ele deu cinco anos antes da fundação da Braga, ao abrir primeiro negócio. Na época, cursava ensino técnico em cabeamento estruturado de rede, no Senai, e a vontade de empreender apareceu durante as aulas. Juntou-se com dois amigos e criou a Delta Tech, que acabou fechando um ano depois. “O curso tinha proximidade com o que faço hoje, só que com escopo muito menor. Por ser de nível técnico, não tínhamos muitos serviços a oferecer, então apareceram poucos clientes e não conseguimos ter sucesso. Mas terminei o curso ainda com essa ideia de empreender”, lembra.
 
Depois, já na faculdade de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Daniel teve o insight: ao conhecimento prévio em cabeamento de redes, poderia unir os novos aprendizados da graduação, como desenvolvimento de webdesign. Primeiro, abriu uma empresa apenas para dar suporte técnico de manutenção de hardwares (os equipamentos físicos, como as CPUs dos computadores, por exemplo).
 
Na hora de montar o site da empresa, percebeu uma deficiência de mercado: não encontrava um desenvolvedor que atendesse às demandas. “As desenvolvedoras não me davam suporte adequado e não me atendiam no prazo que eu precisava. Foi aí que pensamos em oferecer para os clientes também web design, suporte para banco de dados e suporte para servidor de e-mails. A gente passou a ser uma empresa que faz todo suporte técnico no nível básico de infraestrutura até a parte de web. Isso fez com que nossa atratividade crescesse muito”, conta. Aparecerem novos clientes e também desafios.

“Quando conseguimos entender nosso papel no mercado, veio a crise. Começamos a crescer e, de repente, perdemos clientes importantes.”
Daniel Braga

Entre o início de 2011 e 2013, entender o mercado foi a maior dificuldade, relata Daniel. Quando conseguiram estruturar o tipo de empresa que teriam, quais serviços seriam oferecidos, logomarca, design do site e como funcionariam as operações, viram a economia encolher. “Quando conseguimos identificar nosso papel no mercado, veio a crise. Começamos a crescer e, de repente, perdemos clientes importantes”, conta Daniel, que lembra hoje dessa época como um momento de superação. O segredo? Apostar em transparência e proximidade.
 
Na prática, isso significou investir em aproximação real com os clientes. De tempos em tempos, Daniel faz visitas para checar como anda o atendimento. Vai muito além da inspeção técnica, já de praxe. O objetivo é conversar com os clientes para saber se apareceu alguma nova necessidade, se os preços praticados por ele são considerados justos, se os produtos oferecidos se encaixam no que eles precisam.
 
“Ao mesmo tempo em que perdemos clientes, começamos a nos perguntar: ‘O que está por trás disso? Nesse momento de crise pelo qual está todo mundo passando, o que podemos fazer?’. Com isso, a gente redirecionou nossos esforços para o que as pessoas realmente precisavam, praticando preços justos. Isso definiu o que acreditamos ser transparência e proximidade”, explica Daniel.

“Começamos a nos perguntar: ‘Neste momento de crise, o que podemos fazer? Com isso, a gente redirecionou nossos esforços para o que as pessoas realmente precisavam."
Daniel Braga

Deu resultado. “Por incrível que pareça, durante a crise a gente se fortaleceu”, orgulha-se o empresário.
 
O crescimento da empresa também demandou algumas mudanças nas operações, como a profissionalização da gestão financeira. No início, as contas pessoal e corporativa eram misturadas, o que dificultava o controle de entradas e saídas. O QuickBooks, sistema de gestão financeira, foi a primeira opção na hora de gerenciar as contas da empresa.
 
“Além de atender todas as minhas necessidades do que entra e do que sai de dinheiro, a gente usa o QuickBooks para outra demanda fundamental: gerenciamento de clientes e geração de orçamentos de forma automática”, explica Daniel.

“Escolhemos o QuickBooks pelas funcionalidades e pelo atendimento rápido, que também ajuda” Daniel Braga

Antes do sistema, os documentos eram gerados, preenchidos à mão e enviados para o cliente. Hoje, com o QuickBooks, consegue fazer isso de forma automática. “Escolhemos o QuickBooks pelas funcionalidades e pelo atendimento rápido, que também ajuda”, reforça.
 
Depois de passar por uma fase de adaptação e reformulação na maneira de conduzir os negócios, os planos para os próximos meses miram na ampliação. Ter uma base fixa de funcionários é a meta de Daniel, que ainda concilia a Braga Technology com um emprego em outra companhia. “Solidificar a empresa é meu desejo. Quero ser empreendedor 100% do tempo.”