Inovação no Rio

Soluções Cisco criam cidades inteligentes e humanas

Empreendedor cria sensor de bueiros para evitar alagamentos

Carlos Chiaradia durante apresentação da Net Sensors (Foto: Divulgação Cisco)

Carlos Chiaradia durante apresentação da Net Sensors (Foto: Divulgação Cisco)

São Paulo será uma das primeiras cidades do País a testar um sistema de monitoramento de bueiros para evitar alagamentos. A solução, nomeada de Net Sensors, funciona por meio da combinação de três ferramentas: um filtro, que segura resíduos sólidos nos bueiros, evitando que eles desaguem em rios; um sensor, que reconhece a quantidade de lixo acumulado nesses bueiros, e um software, que alerta as equipes de limpeza quando essa quantidade atinge 50% ou 75% da capacidade do bueiro.

A Net Sensors saiu do papel neste mês, quando uma das empresas responsáveis pela limpeza na capital paulista contratou a instalação do sistema em 110 pontos da cidade. O sensor instalado dentro do bueiro envia um sinal de presença que percorre a caixa e calcula o espaço livre. Esse dado é repassado para uma central de controle, que então pode acionar a equipe de limpeza mais próxima. A solução será monitorada até março, quando possivelmente já haverá resultados sobre sua funcionalidade.

Criada no ano passado e gerida por uma equipe de quatro empreendedores, a Net Sensors venceu em 2015 o Desafio Cisco de Inovação Urbana, competição entre startups promovida pela Cisco, empresa global especializada em infraestrutura de redes. Desde então, participa de um processo de aceleração promovido pela companhia. Além da imersão em mentorias técnicas e consultorias, o programa prevê a instalação da ferramenta no Porto Maravilha, área no Rio de Janeiro que passa por revitalização.

A implantação da Net Sensors na região portuária do Rio deve ocorrer entre abril e maio. Ainda está sendo discutido em que pontos o sistema será colocado. Carlos Chiaradia, um dos criadores, conta que outras prefeituras já estão entrando em contato com ele, também com interesse em adotar a ferramenta: “É uma solução barata se for analisado o retorno que ela traz. Custa muito mais caro tomar uma medida corretiva do que colocar uma solução como essa, com viés preventivo. Além do benefício ambiental, que impede o lixo de ir para os rios, tem o social, de evitar alagamentos”.

Os custos de instalação são bancados pelas empresas de limpeza ou prefeituras, conforme o caso de cada município. No Rio de Janeiro, por exemplo, a Concessionária Porto Novo deve arcar com as despesas para instalação no Porto Maravilha. Embora ainda esteja em fase inicial, as perspectivas de negócio da startup são positivas: “Só no Brasil são cerca de 6 milhões de bueiros. É um grande que mercado temos para explorar”, diz Chiaradia.