Inovação no Rio

Soluções Cisco criam cidades inteligentes e humanas

App indica melhor rota para pessoas com problema de mobilidade

App Livrit já passou por três aprimoramentos desde que começou a participar de processo de aceleração (Foto: arquivo pessoal)

App Livrit já passou por três aprimoramentos desde que começou a participar de processo de aceleração (Foto: arquivo pessoal)

Até o início de agosto, o Rio de Janeiro terá uma novidade que promete facilitar a vida – e a circulação – de cadeirantes, idosos e deficientes físicos. Desenvolvido por uma equipe de seis empreendedores, o aplicativo Livrit vai mapear restaurantes, bares e locais acessíveis e rotas de fácil locomoção para pessoas com baixa mobilidade.

O aplicativo, que será gratuito, disponibilizará uma espécie de “cardápio de rotas”. O usuário poderá consultar a ferramenta para saber quais caminhos estão disponíveis para pessoas com necessidades especiais ou dificuldades de locomoção. Os bares, restaurantes e outros ambientes de cultura e lazer que contarem com espaços de fácil acesso também serão mapeados.

A ideia, que surgiu em meados de 2014, recebeu novo impulso em outubro do ano passado, quando foi selecionada como uma das cinco vencedoras do Desafio Cisco de Inovação Urbana, competição entre startups promovida pela Cisco, empresa global especializada em infraestrutura de redes. O prêmio foi participar de um programa de aceleração de empresas com duração de cinco meses, que começou em novembro de 2015 e está em andamento.

Hoje, com o apoio de mentorias técnicas e consultorias, o projeto já passou por três aprimoramentos de produto e tem previsão de ficar pronto para o público em maio. A entrada nas lojas de download de aplicativos dos sistemas iOs e Android ainda está sem previsão, mas o compromisso da equipe é disponibilizá-lo até o dia 5 de agosto, data de início dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.

“A parte inicial da aceleração é mais conceitual, com palestras, cursos e workshops, o que foi fenomenal, muito bom. Aprendemos métodos de organizar, planejar, desenvolver e testar o produto digital. É um apoio para potencializar o nosso negócio, a nossa criação, como direcioná-la da melhor forma”, detalha Francisco Viniegra, um dos integrantes da equipe do Livrit.

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Equipe da Livrit: Francisco Viniegra, Ruan Teles, Rafael Peixoto, Vanessa Goulart, Leandro Cordeiro, Carlos Leão (Foto: arquivo pessoal)

Testador de rotas
Para fazer a estruturação dos trajetos e lugares que serão mostrados no aplicativo, a startup conta com uma ajuda essencial: Marcelo Cardoso, um dos integrantes da equipe, é cadeirante. “Ele é o nosso laboratório vivo, nosso testador de rotas”, diz Viniegra. Os caminhos experimentados por Marcelo passam por critérios de avaliação.

Nas calçadas, é avaliado o tipo de pavimentação (se é lisa, levemente rugosa, muito rugosa ou totalmente esburacada), o tamanho (uma cadeira de rodas não transita em uma calçada com menos de 90 cm de largura), a declividade (se a rua é plana ou não) e a conexão entre as calçadas por meio de rampas de acessibilidade.

Já nos locais de lazer, cultura e gastronomia, são avaliados três aspectos: acesso garantido (entradas e saídas niveladas, com rampa) circulação interna possível (se a pessoa com mobilidade reduzida consegue sair da mesa e ir até o bar ou banheiro, por exemplo) e banheiro adaptado.

O mapeamento começou a ser desenvolvido em torno das instalações olímpicas, foco inicial do aplicativo. Em um segundo momento, a ideia é redirecionar para o entorno das estações de metrô e VLT (veículo leve sobre trilhos, que está em construção). “A ferramenta está sendo construída de forma que o próprio usuário vai poder mapear também. Será um mapeamento colaborativo”, explica Viniegra.