Start ups são empresas pequenas, criativas e voltadas para a área de tecnologia (Foto: Stock Rocket/Shutterstock)

Na contramão do cenário econômico, o segmento de startups parece ignorar as perspectivas de desaceleração e representa cada vez mais uma oportunidade de empreender. Segundo a Associação Brasileira de Startups (ABStartups), há 4.151 empresas desse tipo cadastradas em seu banco de dados. Em março de 2015, o número era de 3.183, um aumento de 30% desde então. Somente no último semestre do ano passado, a taxa de crescimento foi de 18%.

Apesar de a entidade não ter uma pesquisa que revele a participação das startups na economia, a associação trabalha com uma estimativa de que elas gerem aproximadamente R$ 2 bilhões por ano no País. Como é característico desse tipo de empresa, o foco dos negócios é em tecnologia. Os segmentos com maior número de startups são Software as Service – (216 startups), Educação (158), Internet (157) e E-commerce (152).

Aproximação de gigantes
O desempenho das startups chama a atenção não apenas de quem quer abrir um negócio na área de tecnologia, mas também das gigantes que estão consolidadas no mercado. As startups representam, principalmente, uma possibilidade de gerar inovação com mais criatividade e de maneira menos burocrática, já que são empresas recém-nascidas e têm mais liberdade para desenvolver e organizar processos internos.

Outra vantagem é a liberdade criativa. As start ups são um grande canal para qualquer pessoa desenvolver um projeto. Uma ideia de um jovem de 20 anos pode virar um grande negócio em poucos meses.

Especializada em tecnologias de infraestrutura de rede, a Cisco é uma dessas companhias globais que enxerga nas startups uma possibilidade também de fomento do setor. No ano passado, lançou o Desafio Cisco de Inovação Urbana, que selecionou cinco projetos de startups para ser implementados no Porto Maravilha, área central do Rio de Janeiro que está passando por uma revitalização.

Os projetos vencedores estão tendo acompanhamento de especialistas da Cisco por meio de um programa profissional de aceleração de empresas. Os empreendedores recebem um diagnóstico do modelo de negócios e apoio de especialistas em elaboração de produto, marketing e formação de equipe. As startups também ganharão apoio técnico do Centro de Inovação da Cisco, espaço voltado para o desenvolvimento de projetos de tecnologia.

“Se há tráfego de dados, vídeo, desenvolvimento, é possível criar novas aplicações que antes não se tinha. Hoje temos uma maneira diferente de trabalhar com economia e transporte urbano. Há a economia criativa e o Uber, por exemplo. Cada vez mais surgem novas ideias”, observa o gerente de desenvolvimento de negócios da Cisco, Renato Pazotto.

Concentração na Região Sudeste
De acordo com os dados da ABStartups, São Paulo é o estado com maior número de startups, com 1.279 empreendimentos do tipo. O estado também se destaca pelo crescimento neste número: 55% em relação a março de 2015 e 32% no último semestre. Minas Gerais (356) e Rio de Janeiro (335) estão em segundo e terceiro lugares no número de startups, respectivamente.