Veículos

07 de setembro de 2018

O que dizem os compradores profissionais de veículos em leilões

Leilões costumam vender veículos de três origens distintas: seguradoras (recuperados de furto ou batidos); renovação de frota de empresas; e instituições financeiras que recebem carros recuperados e de financiamento ou dados em garantia de empréstimos. Qualquer pessoa pode tentar arrematá-los, seja pessoalmente, no auditório onde o pregão é realizado, seja pela internet. E os preços costumam ficar abaixo do valor de mercado. Mas, por ser diferente de uma negociação tradicional, é comum quem nunca participou de um leilão ficar inseguro.

Em compensação, existem pessoas que fazem da compra de veículos em leilão a sua profissão. Estão sempre pesquisando as ofertas, participam de vários pregões e adquirem veículos para depois revender da maneira tradicional e embolsar o lucro. O que eles têm a ensinar aos iniciantes?

Para responder essa pergunta, conversamos com Renato Carlos da Cunha e Afloildo Borges da Silva, dois profissionais desse ramo que frequentam a Sodré Santoro, maior organização de leilões da América Latina, há mais de 15 anos.

Confira as recomendações deles:

Ler e ver

A primeira dica pode parecer óbvia, mas eles insistem que muita gente comete erros no início por não a cumprir à risca: é preciso ler com muita atenção o edital do leilão, onde estão descritas todas as características de cada bem e as condições de venda, e inspecionar o veículo no horário marcado para visitação. Se você não entende muito de carros, leve alguém para ajudar nessa tarefa.

Pagar quanto?

Como parâmetro geral, considerando veículos não batidos, eles dizem que é possível esperar um desconto de 30% em relação ao valor de tabela. Muitas vezes, porém, especialmente com veículos seminovos em ótimo estado, essa diferença é menor – e mesmo assim consideram um bom negócio. “Lucro é lucro, não importa o valor”, justifica Renato.

Defina o seu valor máximo

Diariamente, são leiloados vários veículos. Escolha os que lhe interessam, consulte o valor de mercado de cada um e determine o valor máximo que está disposto a pagar. Lembre-se que, além do valor do arremate, você pagará 5% de comissão para o leiloeiro e despesas administrativas (descritas no edital). Se o veículo precisar de reparos, faça um orçamento prévio e coloque também na conta. “Tome cuidado para não se empolgar e dar lances mais altos que o planejado anteriormente”, diz Afloildo.

Fique atento ao seu lance

Assim que abrir o leilão, tente dar um primeiro lance e vá acompanhando atentamente as demais ofertas. “Dar um lance ajuda o leiloeiro a perceber que você tem interesse e ficar de olho na sua movimentação”, explica Renato. E quando ele estiver prestes a bater o martelo, dê a sua cartada final. Mas atenção: “O leilão de cada lote é muito rápido. Leva poucos minutos e o leiloeiro fala muito depressa. Então, se você não ficar esperto, pode perder a batida final do martelo e a chance de arrematar o bem”, alerta Afloildo.

Não tenha vergonha

Se você estiver participando presencialmente e quiser mesmo adquirir o carro, fale alto, gesticule, grite. Outras pessoas estão brigando pelo mesmo veículo e não medirão esforços para serem vistas no auditório. “Seja expressivo para o leiloeiro perceber a sua presença e ficar de olho nos seus lances”, recomenda Renato.

Saiba esperar

Deu um lance e não saiu vencedor? Não desamine. “Saber esperar é fundamental. Se não deu certo com um carro, vá para casa e volte no dia seguinte. Acontecem muitos leilões e uma hora dá certo”, orienta Renato.

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