Tudo de Bom São Paulo

A capital paulista comemora aniversário de 462 anos

Ibirapuera: o refúgio dos paulistanos

Fotos Públicas4_1500

Foto: Fotos Públicas

Se há um parque que é o cartão-postal de São Paulo, é o Ibirapuera. Ele foi o mais citado pelos 2.304 paulistanos entrevistados na pesquisa realizada pela Blend New Research. Não é para menos. No “Ibira”, como ele é carinhosamente conhecido por seus frequentadores, o paulistano pode caminhar, correr, praticar esportes, ler, andar com o cachorro, namorar, pedalar (sozinho, com os filhos ou com amigos). Ele pode ainda andar de patins ou skate, jogar frisbee, apreciar exposições de arte, visitar museus (como o Afro Brasil, o de Arte Contemporânea ou do de Arte Moderna) ou mesmo ver estrelas deitado na grama.

Localizado na zona sul, encravado entre os bairros de Moema, Vila Clementino, Vila Nova Conceição, Jardim Paulista, Paraíso e Vila Mariana, o Parque Ibirapuera foi fundado em 21 de agosto de 1954, durante as comemorações do Quarto Centenário de São Paulo. Hoje, seus 1,584 milhão de metros quadrados representam um imenso oásis de área verde e sossego em meio à selva de pedra em que se transformou a metrópole paulistana.

Em uma cidade em que a praia mais próxima está a cerca de 80 quilômetros, todos os dias milhares de paulistanos vão ao parque em busca de tranquilidade, paz, equilíbrio e silêncio – quebrado, às vezes, apenas pela balbúrdia dos periquitos, uma entre outras 155 espécies de aves que voam por ali. Aos domingos e feriados, especialmente se houver mais raios de sol do que nuvens no céu, ele é tomado por uma multidão de cerca de 150 mil pessoas, vindas de todos os pontos cardeais de São Paulo.

Conexão com a natureza
Aos domingos, uma ou duas vezes por mês, por exemplo, o analista de marketing Daniel Henrique Oliveira, de 24 anos, paulistano de São Miguel Paulista, no extremo leste da cidade, pega o metrô em Itaquera e, depois de quase uma hora de viagem, chega ao parque. Ainda no trajeto, encontra duas amigas: Adriana e Paula. Nas mochilas, além de uma toalha de pano, comes e bebes para um piquenique ao redor do lago. “A gente gosta de se conectar com a natureza”, diz Daniel. “Aqui, cada um respeita o seu espaço. O clima do parque propicia isso. A gente se sente como se estivesse em uma área isolada. Aqui é diferente do que existe lá fora. O tempo é outro”, comenta Daniel.

Sua colega, a psicóloga Adriana Wells Amato, 29 anos, tem a mesma sintonia. “Eu gosto muito do Ibirapuera. É um refúgio na cidade. A gente se desconecta do dia a dia. O humor melhora. Ficar aqui algumas horas num domingo nos dá o equilíbrio necessário para encarar uma nova semana de trabalho. O Ibirapuera é fundamental para a cidade”, observa.

“Aqui, a gente consegue respirar um pouco de ar puro, colocar o pé no chão e ter tranquilidade para conversar. Até deixo o celular na bolsa. O ambiente é outro”, diz Paula Rodrigues Conceição, também de 29 anos, que trabalha na área de RH.

Foto: Oswaldo Corneti/ Fotos Públicas

Foto: Oswaldo Corneti/ Fotos Públicas

Retrato de São Paulo
Para outros, o pique do parque é bem diferente. Faça chuva ou faça sol, todos os domingos, a partir das 8 horas da manhã, já tem gente batendo bola numa das quadras do parque. Aos poucos, os atletas de fim de semana vão chegando. As partidas de voleibol começam cedo e não têm hora para acabar.

“Tudo começou quatro anos atrás”, conta Allan James Coutinho Ribeiro, 34 anos, analista de sistemas, que se tornou o presidente informal do grupo, que, no Facebook, soma mais de mil pessoas interessadas em jogar vôlei no parque. “No mínimo, reunimos entre 20 e 30 pessoas todos os domingos. Às vezes, até pintam alguns gringos. Eles passam aqui, assistem um pouco às partidas e pedem para jogar. É esse clima de respeito, amizade e cordialidade que reina nos nossos jogos”, comenta Allan.

Além disso, o que se vê ali nas quatro linhas reflete um pouco do que também acontece no Parque. “Reunimos colegas de todas as classes sociais e profissões. Há desde office-boys a empresários. Tem gente que mora no Capão Redondo ou nos Jardins. Aqui, mistura tudo. É a cara de São Paulo. O clima é democrático e saudável”, diz a jornalista Sthefani Tironi, 32 anos, de Passos (MG) que, todo domingo, sem falta, sai de Santa Cecília, no centro da cidade, para encontrar a galera e bater bola no Ibirapuera.

O Ibirapuera é querido não só por moradores de São Paulo. Ele também é muito procurado por quem reside na região metropolitana. Não raro, aos domingos, as irmãs Paola e Caren Souza saem de São Bernardo do Campo e dirigem por cerca de 25 quilômetros até chegarem ao Parque, onde gostam de levar o cachorro para passear. “Venho cerca de três a quatro vezes por mês. É tranquilo, agradável e seguro. As pessoas são abertas e é fácil de se socializar. É a nossa praia”, conta Paola, 36 anos, fisioterapeuta.

Assim é o Parque Ibirapuera, que mora no coração de todos os paulistanos – inclusive de quem não nasceu ou mora na maior cidade do País.

FICHA DO IBIRAPUERA
Inauguração: 21 de agosto de 1954
Área total: 1,584 milhão de metros quadrados
Horário de funcionamento: de segunda a sábado, das 5h às 24h. Aos domingos, da Oh às 24h
Tel.: (11) 5574-5045