Veículos

12 de outubro de 2018

Vantagens e desvantagens dos carros elétricos

No Brasil, os veículos elétricos ainda são raridade, mas a frota mundial vem crescendo em ritmo acelerado. Segundo o mais recente relatório da Agência Internacional de Energia, eles devem ultrapassar 3,8 milhões de unidades até o fim deste ano e atingir 125 milhões em 2030.

Existem diferentes tipos de carros elétricos, mas eles se dividem basicamente em dois grupos: os híbridos, que têm um motor elétrico e outro a combustão, e os puramente elétricos. No Brasil, são vendidos atualmente sete veículos desses dois grupos: Lexus CT200h, BMW i3, BMW i8, Ford Fusion Hybrid, Porsche Cayenne Hybrid, Porsche Panamera Hybrid e Toyota Prius. No ano passado, de acordo com a Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea), foram comercializadas 3.296 unidades.

A produção e as vendas devem crescer por aqui com a aprovação do programa Rota 2030, em discussão no Congresso Nacional, que incentiva investimentos em inovação no setor automobilístico. “Tenho convicção de que conseguiremos aprovar até o fim do ano”, afirma o presidente da Anfavea, Antonio Megale.

A seguir, algumas informações importantes sobre os veículos elétricos.

Carro elétrico também polui. Só que menos.

Muitas pessoas pensam que, por não soltar fumaça, veículos elétricos não são poluentes. Mas elas esquecem de considerar a poluição gerada na fabricação dos veículos e na geração da energia utilizada por eles. A produção de um carro elétrico polui muito mais do que a de um convencional, por causa das baterias. Já a emissão de poluentes no processo de geração de energia varia conforme o tipo – é menor nas chamadas fontes limpas, como hidroelétrica e eólica, e maior nas que exigem a queima de combustível, como a termoelétrica, que utiliza carvão. Um estudo feito pela consultoria britânica Ricardo concluiu que um veículo médio movido a gasolina gera, em média, 24 toneladas de CO2 ao longo de toda sua vida útil – da fabricação ao descarte. Um equivalente elétrico gera 18 toneladas, ou seja, 25% menos – e tem ainda a vantagem de que a poluição é gerada longe dos centros urbanos.

O carro custa mais. O uso e a manutenção, menos.

Por muitos anos, os veículos elétricos custarão bem mais do que os convencionais. O principal motivo é o elevado preço da bateria. O modelo mais barato entre os que estão à venda hoje no Brasil, o híbrido Toyota Prius, tem preço acima de R$ 120 mil. Em compensação, o uso sai mais barato. Uma pesquisa feita este ano pelo Instituto de Transporte de Michigan, nos Estados Unidos, mostrou que a operação dos veículos elétricos custa menos da metade do que os movidos a gasolina – e a conta não inclui gastos com manutenção, que também são menores, porque eles possuem menos partes móveis, não têm escapamento, exigem menos resfriamento e dispensam óleo, correias, filtros, velas de ignição e outras peças que geram despesas nos veículos a combustão.

Tem melhor desempenho em baixa velocidade. E dispensa marcha.

Os motores a combustão exigem certo nível de rotação para atingir sua força máxima (torque). Isso tem impacto sobretudo no arranque e na retomada de velocidade – e exige a presença de uma caixa de câmbio. Já os motores elétricos praticamente alcançam o torque máximo logo que se pisa no pedal do acelerador. Um exemplo é o Chevrolet Bolt EV, um hatch compacto totalmente elétrico que deve começar a ser vendido no Brasil no próximo ano. Ele vai de 0 a 100 km/h em 7,5 segundos e retoma a velocidade de 40 a 80 km/h em apenas 2,8 segundos – desempenho semelhante ao de VW Golf GTI. O Bolt também não tem marchas – a alavanca existe apenas para escolher a direção do movimento (para frente ou ré).

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