Fotos: Divulgação Red Hat

Líder mundial de soluções open source, a Red Hat quer fazer com que a este modelo de trabalho seja a escolha padrão para a próxima geração de infraestrutura de Tecnologia da Informação (TI). O CEO da companhia, Jim Whitehurst, conta na entrevista abaixo que acredita que as empresas estão começando a reconhecer que, ao se conectar à internet,as coisas ganham vida e precisam de constante modernização dos procedimentos de segurança. É aí que entra a Red Hat.

Qual é a importância do open source para o futuro das companhias?
No contexto da Tecnologia da Informação, a chave para a inovação estava com as pessoas que elaboravam os hardwares e softwares. Agora os usuários é que vão liderar o movimento. A utilização open source está mudando quando e como a inovação acontece. Hoje, empresas como Google, Facebook e Twitter, apenas para citar alguns exemplos, utilizam open source porque reconhecem que há valor em compartilhar e trabalhar junto. Não há nada errado com as tradicionais, mas as que enxergam este novo modelo de contribuição estão na frente em termos de inovação nesse sentido. Isso muda como a tecnologia é construída e, como tudo é aberto, o jeito como será consumida. Esse conceito de informação aberta está se espalhando por outras áreas. Estamos começando a ver que talvez a propriedade intelectual seja mais valiosa se for disponibilizada para que as pessoas possam usá-la e melhorá-la.

Como a open source está conectada ao conceito de Internet das Coisas?
A Internet das Coisas significa que em breve teremos um mundo de bilhões de aparelhos conectados, e já existem tecnologias muito leves e de baixo custo por causa do uso de open source. Temos feito isso há anos, em várias arquiteturas e de graça. Mas, assim que os aparelhos estão conectados à internet, a segurança também passa a ser uma questão importante. Alguém desenvolve um sistema operacional para um termostato inteligente ou um refrigerador e coloca no mercado. Mas, se não dá para fazer atualizações de segurança, vai precisar se preocupar com os hackers. Imagine geladeiras mandando spams! As companhias estão reconhecendo que, assim que se conecta algo à internet, isso se torna uma coisa viva que precisa de modernização constante da segurança.Nossos clientes dizem que colocam Linux (que é open source) nesses aparelhos não porque precisam do suporte que a Red Hat dá, mas sim porque querem ter a certeza de que as atualizações serão feitas e a segurança garantida.

De que forma o uso de open source pode mudar as instituições?
O modelo histórico de construção de softwares é: a companhia contrata uma equipe que entende as necessidades do cliente, escreve o software e entrega o produto. O problema é que hoje os projetos exigem iniciativa, criatividade, força de trabalho qualificada, ambiente competitivo e rápido para mudanças. Acreditamos que o futuro da TI seja o open source, pois ele promove rapidez no desenvolvimento de projetos a partir de um modelo inovador de contribuição, garantindo transparência, agilidade e, principalmente, segurança com um excelente e comprovado custo-benefício.

“Esse conceito de informação aberta está se espalhando por outras áreas”

Como uma organização aberta funciona?
Em vez de ser verticalizada, a organização aberta começa de baixo para cima, engajando as pessoas. É muito focada no “como”. Tentamos tomar decisões e garantir que elas fluam para que as pessoas mais capacitadas as executem. Meu trabalho como líder é menos dar ordens e muito mais dizer: “Aqui está a visão que queremos conquistar: vamos ser a escolha para a próxima geração de infraestrutura”. O líder tem de garantir que todo mundo entenda a estratégia e esteja engajado, precisa expandir os limites em que ela opera e permitir que aquelas pessoas definam como vão fazer seu trabalho. Em vez de estratégia e controle, é capacitar e engajar.

Quais são os próximos passos da Red Hat?
Estamos tentando mostrar que open source é a melhor escolha padrão para a próxima geração de infraestrutura em TI. Provamos que pode ser uma alternativa de valor ao software tradicional e para o mundo global em nuvem. Queremos, é claro, colocar a Red Hat como um fornecedor preferencial para os clientes. Acabamos de alcançar os 2 bilhões de dólares e isso evidencia que estamos no caminho certo.