Muitas das atividades que todos praticam durante o seu dia só são possíveis porque ali está, invisível, uma força ativa e realizadora: a energia elétrica. Quanto mais a sociedade avança tecnologicamente, mais é preciso fazer funcionar uma infinidade de dispositivos – e grandes empreendimentos – por meio da energia. De tão introjetada em nossa realidade, esta chave que “liga” o mundo parece ser onipresente, mas nem sempre é. Tampouco seu caminho para chegar aonde deve é simples.
A energia gerada de forma tradicional, centralizada nas usinas de grande porte, é conectada a linhas de transmissão e distribuição bastante extensas até chegar ao consumidor final. No entanto, regiões mais afastadas, com população pequena e, consequentemente, com demanda muito menor por energia, sofrem pela carência do recurso, visto que o retorno financeiro do investimento em extensões da rede elétrica convencional em casos como esses não seria vantajoso.
Em 2015, o Ano Internacional da Luz, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o intuito de sensibilizar os governos sobre o assunto, há 1,5 bilhão de pessoas no mundo vivendo sem acesso à energia elétrica. No Brasil, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), 190 mil famílias – a maioria na zona rural – ainda vivem sem eletricidade.
No entanto, diante das novas tendências tecnológicas, ambientais, econômicas e sociais, é mandatório o desenvolvimento de formas diversificadas de geração elétrica, assim como a diminuição da distância entre a geração e o consumo, para ampliar o alcance e a qualidade do abastecimento.
Mais perto, mais fácil
A diversificação e a redução de distâncias passam pela chamada Geração Distribuída ou Dispersa (GD), campo de imenso potencial de investimento. Trata-se da produção de energia de forma descentralizada, no próprio local ou próximo de onde essa energia é consumida, independentemente da potência, tecnologia e fonte.
Segundo a Associação da Indústria de Cogeração de Energia (COGEN), a GD é um tipo de geração de energia elétrica que se diferencia da centralizada exatamente por ocorrer em locais em que não seria instalada uma usina convencional. Ou seja, contribui para aumentar a distribuição geográfica da geração de energia elétrica em determinada região.
Por ser descentralizada, a Geração Distribuída garante vantagens de imediato. Para a Cemig, companhia de capital aberto do segmento de energia elétrica que atua em 22 Estados no Brasil, a GD diminui os custos de transmissão e distribuição – incluindo interconexão e distribuição regional –, aproveita os recursos renováveis locais e aumenta a eficiência pela cogeração (geração de energia elétrica combinada com aproveitamento de calor).
Aliviando a sobrecarga e o congestionamento do sistema de transmissão, esta modalidade de geração também torna o sistema mais estável e confiável. Isso é traduzido na minimização de quedas de energia e blackouts, ampliando, assim, a eficiência energética.
Autossuficiência em comunidades isoladas
A Dresser-Rand Guascor, empresa ligada à Siemens, oferece soluções em equipamentos para infraestrutura de energia sustentável em todo o mundo (140 países), incluindo o Brasil. Trata-se de diversas tecnologias de geração distribuída oferecidas para indústrias, prédios comerciais e para comunidades isoladas. Para se ter uma ideia da grandiosidade de seu alcance, só na Amazônia são 62 as localidades remotas que se beneficiam com as usinas termelétricas da Guascor por 24 horas, diariamente.
Como seus motores são de fabricação própria, a empresa pode atender uma comunidade de 25 residências, como é o caso de Maici, em Rondônia ou mais de 200 mil habitantes, como é o caso de Cruzeiro do Sul, no Acre, onde só é possível chegar por meio de transporte fluvial ou aéreo.
A principal característica é adaptar o fornecimento de energia ao tamanho e às necessidades do local. Ao todo, as plantas da Guascor garantem energia, através da geração distribuída (térmica), para aproximadamente 747.700 pessoas.
Investindo no agora e no futuro
Para o Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE), o crescimento da GD nos próximos anos é inevitável. De acordo com o instituto, alguns especialistas da área até fazem uma analogia deste potencial com o crescimento do microcomputador em relação aos grandes computadores centrais. As mudanças climáticas comprometem a segurança hídrica, a qualidade ambiental da matriz energética brasileira piorou nos últimos anos e a falta de água nos reservatórios causa desabastecimento – além de gerar insegurança social, o que se reflete em impactos econômicos relevantes. Ou seja, não faltam razões para investimentos nesse campo.
Segundo a COGEN, o potencial da GD ainda é pouco explorado e ela pode gerar empregos e desenvolvimento econômico por garantir estabilidade na produção pela indústria nacional. Mais do que isso, a diversificação de investimentos privados amplia o número de agentes geradores e participantes no setor elétrico, distribuídos regionalmente.
Ainda conforme a COGEN, a Geração Distribuída é uma tendência mundial por reduzir os custos com tecnologia e investir, por outro lado, em novos conceitos de redes inteligentes. Além, claro, da importantíssima questão do baixo impacto ambiental.
Isso tudo traz benefícios instantâneos e aponta para um futuro mais seguro e, por que não dizer, mais socialmente justo e economicamente viável ao garantir a universalização do acesso à energia elétrica.
Saiba mais em Siemens.