Uma das características mais frequentemente atribuídas aos profissionais da geração Millennium é o desejo de crescimento rápido. Muitas vezes chamado de imediatismo, essa vontade reflete, na verdade, uma ansiedade que, mais que uma geração, representa o mundo de hoje. “Vivemos um momento em que temos um enorme volume de informações disponível, uma rotina cada vez mais corrida e muitas tarefas diárias. Na verdade, o mundo está nos fazendo ficar ansiosos”, diz Roberta Moura, gerente de Projetos da Meta Talentos, divisão de programas de estágios e trainees do Grupo Meta RH.
Se a ansiedade é comum a todos, no caso de um jovem em busca de seu primeiro emprego ou em seus primeiros meses no mundo corporativo, ela se multiplica. Para Roberta, essa ansiedade é até natural, porque esses jovens lidam com variáveis como a pressão da família, a necessidade de galgar postos, de ganhar mais, etc. “É natural também porque eles chegam preparados ao mercado e querem resultados”, afirma. Mas esses resultados nem sempre chegam na velocidade desejada. Algumas vezes isso é devido à empresa, outras ao profissional. De todo modo, existem alguns meios de o profissional se preparar para lidar com isso:
Conhecer a empresa – O primeiro passo é procurar conhecer bem a companhia para a qual ele está se candidanto e descobrir se ela tem condições de suprir suas expectativas. “Em algumas empresas, por exemplo, o processo de desenvolvimento faz com que o profissional, para ocupar uma posição gerencial, leve até sete anos”, diz Roberta. Ela lembra que é preciso que o candidato e a empresa estejam na mesma sintonia em relação às expectativas.
Ter calma, sempre – Um ponto importante na vida profissional é procurar sempre manter-se calmo. “É isso que nos permite raciocinar e enxergar adequadamente o cenário para tomar as atitudes que precisamos”, afirma. A calma também é fundamental para que as expectativas sejam bem administradas, o que é muito importante em ambientes profissionais.
Potencializar seu desempenho – Controlar a ansiedade não é sinônimo de ficar parado. Ao contrário, enquanto aguarda as melhores oportunidades, o jovem profissional deve investir seu tempo em ações de desenvolvimento. “É preciso assumir as rédeas de sua carreira. Neste cenário, as pessoas precisam investir cada vez mais em seu desenvolvimento, que fará com que cheguem mais rápido às posições mais altas.”
Não se cobrar demais – É uma frase meio batida, mas a verdade é que tudo na vida tem seu tempo. Enquanto esse tempo não passa, o profissional deve fazer sua parte e se preparar e, nesse processo, se cobrar constantemente não ajuda. “Há muitas situações em que a pessoa será cobrada e ela não precisa ser mais um a fazer isso”. Mas a especialista reconhece que, no caso dos Millennials, isso é bastante difícil, já que são profissionais que têm percepção sobre seu nível de formação e não lidam muito bem com eventuais fracassos.
Ter pensamento positivo – Por conta do cenário de crise vivido atualmente, é importante encarar o lado positivo da carreira. Isso é essencial para reduzir as preocupações e manter o foco das ações naquilo que trará os melhores resultados. “Se você não está positivo naquilo que faz, isso transparece de forma muito forte.”
Buscar o autoconhecimento – É preciso conhecer seus pontos fortes e fracos, centrando as atividades de desenvolvimento nos pontos fracos. É preciso que o profissional tenha estratégias para se desenvolver no que não é tão bom e para mostrar suas fortalezas.
Ser proativivo – Mesmo que as oportunidades não surjam, é necessário se mostrar interativo com a empresa, apoiando ações internas com sugestões e participação. O contrário congela o profissional diante de problemas, impedindo que ele se destaque.
Roberta ressalta que em todo o mercado se encontra profissionais ansiosos em busca de uma oportunidade. “As pessoas precisam se perguntar o que estão fazendo para que a carreira tenha um desfecho positivo. Qual é nossa parte na história?.”