A incorporação de novas ferramentas e técnicas está transformando os hospitais em verdadeiros centros tecnológicos. E os avanços não são evidentes apenas nos equipamentos médicos, cada vez mais modernos e precisos. A tecnologia da informação também tem feito diferença na gestão hospitalar e no dia a dia de médicos e pacientes.
A informatização de processos e o prontuário eletrônico são exemplos dessa nova estrutura de trabalho. Ainda assim, de acordo com a Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) no Brasil, divulgada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic) no ano passado, apenas 49% dos hospitais utilizam a tecnologia para realizar diagnósticos e resolver problemas ou condições de saúde, e só 40% usam os sistemas para prescreverem medicamentos.
Desse modo, muitas vezes as informações clínicas cruciais para a geração de conhecimento e tomadas de decisão acabam ficando só no papel. Por isso, hospitais que utilizam ferramentas tecnológicas acabam ganhando não só em produtividade, mas também em distribuição de conhecimento e minimização de erros – além dos reflexos positivos no relacionamento entre as equipes e no tratamento dos pacientes.
É importante destacar, no entanto, que para a melhoria do serviço a tecnologia também deve vir acompanhada de um bom atendimento. O Laboratório Femme, de São Paulo, especializado na saúde da mulher, por exemplo, recentemente adquiriu equipamentos de última geração nos setores de mamografia e de ressonância magnética. “Mas simultaneamente às novas aquisições, investimos em treinamentos que tornem claro o propósito da empresa para termos um atendimento humanizado e eficiente”, explica Clodoaldo Domingos Filho, gerente de Gente e Gestão e Operações.
Equipes mais colaborativas e eficientes
Graças à tecnologia, especialistas conseguem trabalhar de modo integrado para suprir as diferentes necessidades do paciente e da família – fator fundamental no tratamento de doenças graves, como o câncer, que ganha uma abordagem mais humanizada e multidisciplinar. A questão vai além da doença e foca também no bem-estar físico, psicológico, emocional e espiritual da pessoa, já que a informação é de domínio de toda uma equipe, o que garante um tratamento mais individualizado. Algumas instituições de saúde no Brasil já trabalham desta maneira, para melhorar a qualidade de vida de seus pacientes.
Para alinhar essa comunicação entre os profissionais envolvidos no tratamento, as instituições criam métodos que facilitem a troca de informação e o trabalho colaborativo entre as equipes. O Hospital Sírio-Libanês, por exemplo, desde 2008, adota uma rotina, a Pit Stop, idealizada no próprio hospital, para que todos os profissionais possam compartilhar informações importantes sobre o paciente durante o plantão e garantir que estejam estão em sintonia sobre o que deve ser feito.
Já no Laboratório Femme, em São Paulo, os diferentes assuntos de rotina passam pelos comitês internos, que acontecem semanalmente. “Abordamos temas atuais e de inovação. Esse procedimento traz foco para as equipe médica e de colaboradores, tornando os exames mais eficientes e sinérgicos,” avalia o gerente. “A possibilidade de entregar um laudo totalmente assertivo e em um prazo mais curto minimiza a ansiedade das pacientes e também a dos médicos.”
E para tornar o tratamento, além de moderno, ainda mais humanizado, o laboratório utiliza, como parte do atendimento diferenciado, ambientes decorados com móveis específicos e técnicas de cromaterapia e aromaterapia, para promover uma interação mais agradável. “Entre os diversos cuidados que todos os colaboradores e profissionais têm para lidar com o próximo, temos o Canal Femme e também chamamos as pacientes pelo nome, não por um número de uma senha. Olhar nos olhos, compreender e encantar é a nossa meta”, afirma o gerente Clodoaldo Domingos Filho.
Tecnologia e o paciente
A incorporação da tecnologia não só trouxe avanços para o diagnóstico e para o tratamento das doenças, mas também mudou o relacionamento médico-paciente. As pessoas chegam cada vez mais informadas aos consultórios, munidas de conteúdo obtido na internet, a partir da busca em sites especializados e até de aplicativos que monitoram diversos aspectos da saúde. Além disso, já existem diversos programas que conectam médicos aos prontuários.
De acordo com a pesquisa realizada pela consultoria Accenture, a maioria dos médicos nacionais (70%) domina melhor o uso de registros médicos eletrônicos (RME) do que há dois anos. No entanto, 63% dos profissionais acreditam que o uso de TI nos cuidados de saúde diminui o tempo que eles passam com os pacientes. Isso comprova que o recurso sozinho não substitui nem é suficiente para proporcionar cuidados melhores e mais eficientes no longo prazo quando o assunto é a saúde. Mas, se usado como um apoio no atendimento, para possibilitar dados mais seguros e completos, pode ter ótimos resultados.
Outro estudo, 2015 State of the Connected Patient, divulgado pelo Salesforce, empresa de soluções de gestão de relacionamento com clientes (CRM), feito com mais de 1.700 norte-americanos adultos que possuem plano de saúde, descobriu que menos de 10% deles usam a internet, e-mails ou mensagens de textos para marcar suas consultas. E 40% não se comunicam com o médico para acompanhar sua saúde. Porém, nesse universo, 60% dos membros da geração Y, mais jovens, são a favor da telessaúde para evitar consultas presenciais desnecessárias e 71% gostariam que os prestadores usassem aplicativos para agendar consultas, compartilhar dados de saúde e gerenciar o cuidado preventivo. Esta é uma prova de que a tecnologia que está sendo aplicada agora tende a ser ainda melhor aproveitada nos próximos anos, pelas novas gerações, como um elemento facilitador do acesso à saúde.
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