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Mineração, Cimento e Petróleo

Em compasso de

espera

Oscilações nos preços do barril do petróleo e indefinições sobre o mercado chinês são desafios a serem superados pelo setor

Apesar de todo o investimento em pesquisas para a busca de fontes renováveis de energia, o petróleo e outros combustíveis fósseis ainda dominam a matriz energética mundial. Por conta disso, qualquer oscilação no preço desta commodity, seja para cima ou para baixo, traz várias repercussões no cenário internacional e no mercado interno, como se viu nos últimos anos. “O que aconteceu com o Rio de Janeiro, por exemplo, é uma amostra de como a redução no preço do óleo pode afetar vários setores da economia”, lembra Eduardo Raffaini, sócio da Deloitte para assuntos referentes a óleo e gás, sobre como a redução dos royalties do petróleo agravou a crise financeira do Estado fluminense. 

No entanto, agora o cenário é outro. Ao que tudo indica o barril de petróleo a US$ 27, como foi visto em janeiro de 2016, não deverá se repetir nos próximos anos. Apesar de o preço do óleo estar contido em uma complicada equação – que leva em conta vários fatores, como a produção mundial, a demanda por energia e o crescimento do PIB por parte das grandes economias –, a tendência é que, daqui para frente, o movimento seja de alta. Talvez uma subida lenta, mas contínua, a ponto de alguns analistas acreditarem que, no futuro próximo, talvez já em 2017 ou 2018, o barril do óleo possa chegar a US$ 60. Atualmente, gira em torno de US$ 45. “Essa variação poderá trazer enormes impactos às chamadas empresas NOCs (National Oil Companies). Como a elevação do preço do petróleo, aumentará o endividamento das companhias. Elas terão de procurar aumentar a produtividade em busca de maior rentabilidade. De certa forma, muitas dessas empresas já vinham fazendo a lição de casa nos últimos anos e, agora, deverão ser mais criteriosas na escolha de seus projetos”, comenta Eduardo Raffaini.

No caso do Brasil, esse movimento já vem sendo ensaiado pela Petrobras há algum tempo. Devido aos vários problemas pelos quais a empresa vem passando, em maio deste ano ela anunciou a suspensão da produção de 25 plataformas, além da venda de inúmeros ativos à iniciativa privada. “A comercialização de concessões para outras empresas é normal, e também ocorre em outros países. A cada momento as companhias buscam adquirir novas posições e montar o melhor portfólio. No fundo, essas mudanças são saudáveis para o mercado. Quanto mais empresas houver operando, mais produtivo e menos concentrado ele se torna”, analisa o consultor da Deloitte.

Essa agitação também pode fazer com que o investimento no setor, que atualmente representa cerca de 15% do PIB brasileiro, volte a crescer, pois nos últimos anos, com o desaquecimento da economia, ele caiu cerca de 20%. Por isso, em março passado, o governo publicou uma série de medidas de incentivo que poderá destravar investimentos que podem chegar a US$ 120 bilhões.

Minérios ao ritmo chinês

Quanto ao futuro da mineração, tudo vai depender do que acontecerá com a economia chinesa nos próximos meses e como será resolvida a capacidade de produção de minério instalada no mercado nos últimos anos. No entanto, segundo relatório com perspectivas dos mercados de commodities, divulgado pelo Banco Mundial em abril, o cenário não é promissor. Até o final de 2016, os preços do minério de ferro no mercado internacional devem cair 10% em relação a 2015.

Se a previsão, de fato, for confirmada, não será uma boa notícia para as 9 mil empresas envolvidas na produção mineral brasileira, responsáveis por 214 mil empregos diretos e que, em 2014, movimentou cerca de US$ 40 bilhões, o equivalente a 5% do PIB industrial nacional.

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Votorantim cimentos

Em time que está ganhando não se mexe

Pelo segundo ano, a empresa lidera o ranking em sua categoria. Este resultado só vem confirmar que suas estratégias foram bem planejadas e executadas

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Bicampeã: Em 2015, das fábricas da empresa saíram quase 37 milhões de toneladas de cimento

Assim como no futebol, no universo corporativo não é conveniente mudar o rumo das decisões quando os caminhos escolhidos estão trazendo bons resultados. De certa forma, é isso que fez com que a Votorantim Cimentos tenha mantido a liderança de seu setor neste ano em relação a 2015, quando a empresa também foi a primeira colocada no estudo Empresas Mais. “Em 2015, demos continuidade à nossa estratégia de diversificação geográfica global, foco em disciplina financeira, produtividade e perfil conservador de endividamento. Esses itens são importantes para a construção do nosso resultado, considerando o cenário macroeconômico no Brasil marcado por uma queda de 9,5% no consumo aparente de cimento”, afirma Walter Dissinger, diretor presidente da Votorantim Cimentos. Tudo isso, entre outros fatores, permitiu que em 2015 a empresa, que atua no Brasil e em mais 13 países, alcançasse uma receita líquida global de R$ 14 bilhões, crescimento de 6% sobre 2014. 

No ano passado, a empresa deu continuidade ao plano de investimentos, com a inauguração de uma fábrica de cimentos em Edealina (GO), e inovou ao lançar um cimento para cada tipo de obra. Em termos de investimento, já em 2016 foram dedicados R$ 860 milhões para a construção de uma fábrica no Pará. “Também demos continuidade ao nosso plano de diversificação geográfica com expansões nos Estados Unidos, na Argentina e na Turquia, além de iniciarmos uma nova operação na Bolívia”, informa Walter Dissinger.

Nos próximos anos a empresa dará prosseguimento à sua estratégia de negócios fundamentada em quatro pilares: excelência operacional, gente com autonomia, práticas sustentáveis e foco no cliente. “Além disso, inovação também é um driver estratégico para nós. Por isso, temos intensificado as pesquisas, com o objetivo de oferecer aos clientes produtos destinados a aumentar a produtividade e reduzir os custos da obra”, finaliza o executivo.

O maior projeto da história

A segunda posição na pesquisa Empresas Mais coube à Vale, que teve seu desempenho econômico financeiro fortemente afetado pela queda dos preços das commodities e desvalorização do real. Somado a isso, a empresa também foi impactada pela ruptura da barragem de rejeitos da Samarco (de quem é acionista ao lado da BHP Billiton), em novembro de 2015. Para superar essas dificuldades foi preciso cortar custos, reduzir investimentos e vender ativos. Houve uma diminuição de mais de US$ 5,9 bilhões em custos e despesas. Os desembolsos com pesquisa e desenvolvimento retraíram 35%. Despesas pré-operacionais e de parada foram 20% menores. As vendas de ativos totalizaram mais de US$ 3,5 bilhões. 

Em 2015, sobre o desempenho financeiro e operacional, a Vale obteve um sólido resultado, com recorde de produção de minério de ferro, pelotas, cobre, níquel, cobalto, entre outros. E, para o segundo semestre deste ano, deve entrar em operação a mina S11D, considerada o maior projeto de minério de ferro da história da Vale. Localizada no município de Canaã dos Carajás (PA), quando totalmente concluída, a mina terá capacidade de produzir 90 milhões de toneladas por ano. O empreendimento ainda é composto por uma usina e logística ferroviária e portuária.

O terceiro lugar no ranking ficou com a Repsol Sinopec Brasil. A companhia nasceu em dezembro de 2010, quando a Sinopec aportou mais de US$ 7,1 bilhões na Repsol Brasil. A operação fez surgir uma companhia avaliada em US$ 17,8 bilhões, considerada uma das maiores empresas energéticas da América Latina, pois tem uma posição estratégica nas áreas de maior potencial do pré-sal brasileiro e lidera, junto com Petrobrás e British Gas, a atividade exploratória na Bacia de Santos.

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O maior e mais completo ranking empresarial do País chega a sua terceira edição ainda melhor.

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