Há uma década, pensar em sistemas de ensino remetia quase que exclusivamente aos métodos apostilados, conhecidos especialmente por alunos do Ensino Médio e de cursos preparatórios para o vestibular. Hoje, além das apostilas, as empresas de sistema de ensino passaram a oferecer às escolas privadas nos últimos anos um arsenal de possibilidades, com iniciativas que incluem desde consultorias no campo pedagógico até um olhar mais atento à gestão e à administração escolar.

A repaginada no setor tem como pano de fundo tanto as oscilações na economia, que fizeram com que escolas consideradas estáveis precisassem inovar para não perder seus alunos, quanto mudanças na maneira como a sociedade entende o papel da educação. “Até pouco tempo atrás, o crescimento da educação privada estava concentrado no ensino superior, mas os empresários perceberam que é necessário olhar também para os alunos do ensino básico. Isso é reflexo de uma consciência comum da sociedade de que sem educação não haverá mão de obra qualificada e poder de compra para girar a economia”, afirma Wilson Risolia, CEO da consultoria Falconi.

Essa consciência aliada à perspectiva de um cenário econômico mais amigável nos próximos anos vem movimentando investidores e famílias, que estão voltando seu olhar para as escolas privadas de educação básica – um mercado que abrange desde a pré-escola até o ensino médio e concentra mais de 7 milhões de estudantes. “A educação básica é um investimento estável no longo prazo, pois o público tende a ser fidelizado, e isso acaba atraindo capital privado”, explica Piero Franceschi, Diretor de Marketing da Pearson, multinacional presente em 70 países. Em 2010, o grupo adquiriu o Sistema COC de Ensino, que passou a ser conhecido como COC By Pearson.

Segundo Franceschi, apesar da potencial estabilidade, muitas instituições de ensino privadas deixam de obter lucro e chegam até a fechar por falta de capacidade administrativa. “Das quase 38 mil escolas privadas existentes no Brasil, cerca de 60% não utilizam sistemas de ensino. Muitas vezes são escolas que têm dificuldade de se destacar no setor, cujos mantenedores idealizaram um sonho, mas que em muitos casos não tiveram a oportunidade de ampliar sua capacidade em gestão e administração escolar”, explica.

Busca por excelência

A demanda crescente por esse tipo de formação foi um dos principais motivadores para que o Sistema de Ensino COC by Pearson desenvolvesse programas para atender às demandas dos diretores e mantenedores. “O COC percebeu que poderia contribuir com as escolas e com o desenvolvimento da educação, indo além do material pedagógico, tornando-se uma empresa de serviços educacionais ao oferecer capacitação profissional para gestores e educadores expandirem o potencial de seus colégios”, afirma Rafael Furtado, Diretor da Área de Educação Básica da Pearson.

Há sete anos, o sistema trocou as apostilas por um material didático mais robusto, que oferece versões digitais e conta com a assinatura de especialistas nas mais diversas áreas do conhecimento. Também passou a dar suporte às escolas na busca por mais eficácia, auxiliando na formação de professores e no monitoramento da aprendizagem, além de contribuir para a implementação da tecnologia nas atividades escolares. “Ainda pensando em atender às necessidades do mundo digital, o COC agora conta com uma agência de marketing interna, que fornece conteúdo digital para as instituições”, afirma o Furtado.

Em 2015, a empresa criou o Programa de Excelência do Sistema COC by Pearson, um treinamento completo oferecido a escolas que trabalham em parceria com o COC em todas as etapas de ensino. O programa ajuda as escolas no processo de profissionalização e amadurecimento da gestão escolar e conta com um manual de excelência, convenções anuais, premiação das melhores escolas e acompanhamento constante de especialistas.

Para Gustavo Arbex, diretor da rede Espaço Educacional, de Atibaia, em São Paulo, a participação no Programa de Excelência foi o propulsor de crescimento da rede, que começou em 1983 com uma única unidade e agora conta com sete instituições de ensino COC e Dom Bosco by Peason em Atibaia, Itapira e Campinas, interior de São Paulo. “Nossa escola surgiu como uma rede familiar. Eu e minha irmã fomos os primeiros alunos. Por muito tempo foi possível viver sem um sistema de gerenciamento, mas percebemos que para alcançar metas de crescimento precisaríamos profissionalizar a gestão”, conta.

Parceiro do COC desde 2006, Arbex foi um dos primeiros mantenedores a participar do Programa de Excelência e agora colhe os frutos da participação. “Hoje entendemos melhor todos os processos administrativos, desde contratação de educadores até o atendimento das famílias. Saber onde precisávamos melhorar foi tão importante que criamos um departamento de excelência para garantir que todas as demandas feitas às escolas tenham retorno rápido e de qualidade, tanto no âmbito pedagógico quanto administrativo”, explica o diretor.