À medida que as indústrias se tornam automatizadas e a produção mais eficiente e menos suscetível a erros, os profissionais passam a assumir projetos criativos e inovadores – que também têm como base a tecnologia. Os reflexos dessa mudança dentro da indústria se estendem a diversos setores. Entre eles, a infraestrutura das cidades, cada vez mais sobrecarregada, devido às pressões da urbanização, da globalização e das mudanças climáticas. Esse é um dos motivos pelos quais, no relatório Advances that will transform life, business, and the global economy, o instituto McKinsey defende que a digitalização está entre as tecnologias responsáveis por um impacto econômico entre US$ 14 e US$ 33 bilhões em 2025.
Cidades iluminadas
Estima-se que em 2040 haverá um aumento de 35% na demanda da energia mundial. Como garantir geração e distribuição eficientes nesse cenário? O uso de fontes renováveis é a principal resposta para a primeira parte desta questão. No Brasil, o potencial eólico está estimado em 3 gigawatts (GW) – o que corresponderia ao fornecimento de energia para 1,5 milhão de residências. E espera-se que até em 2016, a capacidade eólica nacional chegue a aproximadamente 10 GW. A Siemens está contribuindo para a concretização dessa estimativa, atuando na construção de 18 parques eólicos, que contam com 205 aerogeradores localizados nos estados da Bahia, de Pernambuco, do Ceará e Rio Grande do Norte.
Para a questão da distribuição eficiente de energia, a aposta são as soluções Smart Grid. Esses sistemas inteligentes conectam unidades descentralizadas de energia e coordenam sua geração e seu consumo de maneira automatizada, evitando desperdício e sobrecarga. A tecnologia desenvolvida pela Siemens está por trás da Rede de Gerenciamento de Energia (Reger), novo sistema de supervisão e controle do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável pela gestão de energia no Brasil.
O Reger foi implantado ao longo de 2013 nos cinco centros de operação da ONS, localizados no Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Florianópolis. Essa plataforma unificada integra o centro nacional e os centros de operação regionais, possibilitando uma completa comunicação e o compartilhamento dos dados entre eles. Na prática, isso significa que, em caso de falha parcial ou total em algum desses centros de operação, outro irá garantir a continuidade de suas funcionalidades.
No Rio de Janeiro, onde a grande concentração de redes subterrâneas de eletricidade aumenta o risco de explosões em bueiros, a tecnologia Smart Grid também está sendo usada para prevenir essa e outras situações de perigo. O sistema automatizado supervisiona e controla remotamente a concentração de gases explosivos, temperatura, ventilação e inundação nas 500 câmaras subterrâneas em que estão localizados os transformadores da rede de energia da cidade. Caso seja detectada alguma situação de risco, um alarme é enviado automaticamente para o centro de controle da Light, concessionária de energia elétrica do Rio, que deslocará uma equipe até o local para tomar as medidas necessárias.
Transporte eficiente
Outro exemplo de como a tecnologia digital está presente e facilitando as atividades mais corriqueiras do dia a dia são os sistemas de transporte que, quanto mais automatizados, mais eficientes. Tanto no que diz respeito às necessidades da população, como em termos de sustentabilidade. O sistema driverless (sem condutor), desenvolvido pela Siemens, por exemplo, é o que está por trás da redução do intervalo entre os trens da linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo. Ele permite que as mais de 700 mil pessoas que utilizam seus trens todos os dias percorram em cerca de apenas 3 minutos uma distância que, em geral, levaria 20 minutos – sem comprometer a segurança.
E o ambiente também ganha. As tecnologias adotadas na linha 4 são, em média, 20% mais eficientes do ponto de vista do consumo de energia, se comparadas aos sistemas tradicionais de metrô. Além disso, diariamente, milhares de toneladas de CO₂ deixam de poluir a atmosfera, considerando os passageiros que optam pelo metrô como meio de transporte, em vez de carros ou ônibus.