É tão corriqueiro e banal que mal nos damos conta da grandiosidade que existe no simples apertar de um interruptor. Se a grandeza não está no ato – absolutamente descomplicado – sem dúvidas está em todo o processo que torna aquela mágica, a luz, possível (e, sobretudo, disponível) ao toque do botão. Isso para ficar em um exemplo elementar.
Proporcionais à extensão do País e à dispersão territorial de seu povo, os desafios da transmissão e distribuição de energia no Brasil não são poucos e nem fáceis de superar. No entanto, essas mesmas dimensões continentais, por outro lado, impõem a necessidade de descentralização da geração de energia no País, criando oportunidades variadas de negócios e o aprimoramento das soluções.
A crise hídrica no ano passado só não levou o País a problemas ainda maiores por conta do abastecimento através de usinas térmicas, o que deixou clara a necessidade de assegurar cada vez mais investimentos neste setor. Na outra ponta, o mercado brasileiro é o segundo das Américas em capacidade instalada de geração eólica, perdendo apenas para os Estados Unidos. Não por acaso, os presidentes de ambos os países assumiram um acordo, no final de junho, para ampliar a participação de fontes renováveis na matriz energética em 20% até 2030.
O caminho da energia
Alta tecnologia com eficiência comprovada, com medidores inteligentes e softwares especializados, Smart Grids, utilização múltipla, respeito aos recursos naturais e cogeração de energia: estes são alguns dos fatores do hall de soluções para gerar e transmitir energia limpa e de qualidade, vencendo grandes distâncias e combatendo perdas técnicas e não técnicas (veja alguns dados sobre perdas abaixo).
De acordo com o Relatório Síntese do Balanço Energético Nacional 2015 (BEN), publicado anualmente pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e referência no setor, em 2014, a oferta interna de energia (total demandada no País) atingiu 305,6 Mtep, registrando uma taxa de crescimento de 3,1% ante à evolução do PIB nacional de 0,1%, segundo o último dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Gás natural, petróleo e derivados responderam por 80% deste incremento. Isto se deveu basicamente à redução na oferta interna de hidroeletricidade com consequente aumento de geração térmica, seja gás natural, seja carvão mineral ou óleo.
A potência eólica atingiu 4.903 MW, o que proporcionou um acréscimo de 85,6% na geração de eletricidade a partir dessa fonte. A conclusão de mais três parques eólicos no Nordeste foi marcada por projetos com as maiores pás de rotores, de 53 m, produzidas no Brasil. Ótimos exemplos vêm de Igaporã, na Bahia, de Tacaratu, no Pernambuco e de João Câmara, no Rio Grande do Norte, estado este localizado na chamada “esquina do continente”, no caminho de uma bacia de ventos, o que lhe assegura características perfeitas para a geração de energia eólica.
Outro mercado de alto potencial e que deve crescer nos próximos anos é o de cogeração de energia. As turbinas a vapor, ao mesmo tempo em que ajudam as empresas a gerar a energia para seu próprio consumo, contribuem para que o excedente gerado seja destinado à rede elétrica, aumentando a geração de energia para uso da sociedade. Um exemplo dessa cogeração de energia é o da fábrica Celulose Riograndense, em Guaíba (RS). As turbinas a vapor – as maiores já fabricadas no País – geram 92 MW e 100,5 MW de energia, beneficiando uma cidade com 400 mil habitantes.
Assegurar o uso eficiente e responsável dos recursos naturais e utilizar sistemas cada vez mais inteligentes e confiáveis para suprir a demanda por energia, na maior parte das vezes gerada em locais distantes dos grandes centros consumidores, é o melhor caminho para manter a extensa e complexa jornada que a energia faz até abrilhantar os cômodos de nossas casas.
Tecnologias inteligentes no Projeto Energia +
Seis estados do Norte e Nordeste são beneficiados com o Projeto Energia + da Eletrobras, um exemplo da aplicação de soluções em Smart Grid. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), as duas regiões têm, respectivamente, 22% e 10% de perdas não técnicas, os maiores índices do Brasil.
Criado para reduzir de modo sustentável o nível de perdas não técnicas, assim como melhorar o desempenho operacional de seis distribuidoras, o projeto contempla soluções como medidores inteligentes, conjuntos de medição e a solução de software para gerenciamento dos dados de medição para média e baixa tensão, capazes de prover o gerenciamento de informações, detecção de irregularidades e medição de diferentes postos tarifários, além de disponibilizar todos os dados para as áreas de faturamento e demais sistemas das distribuidoras.
Como resultado, a companhia aumenta as taxas de arrecadação por conta da redução de perdas totais na rede de distribuição e melhora a qualidade dos serviços prestados aos consumidores, oferecendo confiabilidade e excelência do sistema. Além disso, a Eletrobras também conta com uma melhor gestão dos processos comerciais, acompanhando as atividades de medição, faturamento, detecção de fraudes e qualidade de energia em tempo real.
NÚMEROS
Quanto se usa de energia no Brasil
– 305,6 Mtep foi a oferta interna de energia
– 265,9 Mtep foi o consumo final
– 39,7 Mtep foram as perdas
Qual energia se usa no Brasil
– 39,4% de participação de renováveis na Matriz Energética Brasileira, mantendo-se entre as mais elevadas do mundo
– 60,6% da energia utilizada não é renovável
Quem usa a energia do Brasil
– Indústrias 32,9%
– Transportes 32,5%
– Residências 9,3%
– Setor energético 10,3%
– Serviços 4,7%
– Agropecuária 4,2%
Produção industrial, transporte de carga e mobilidade das pessoas respondem por 65% do consumo de energia do País
Crescimento substancial: 85,5% foi o aumento na geração de eletricidade eólica
Fonte: EPE; Agência Internacional de Energia
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