Na Alemanha, considerada o principal berço da Indústria 4.0, a automação industrial já funciona sob novos parâmetros, em que processos são quase que completamente automatizados. Uma das tecnologias que vêm sendo testadas e observadas de perto pela indústria e pelo governo alemão, com resultados expressivos de desempenho e retorno em indústrias tão diversas quanto a cervejeira e a automobilística, responde pelo nome de Simatic.
Em Amberg, na região da Bavaria, uma linha inteira de hardwares funciona sem interferência dos funcionários graças ao Simatic. Na primeira etapa, uma placa de circuito impressa é inserida na linha de montagem por mãos humanas – e daí em diante, tudo corre de forma independente e automatizada.
Cada produto é fabricado e tem um código de identificação próprio – a esse número estão atreladas todas as características que deverão ser apresentadas. As próprias máquinas, então, passam a trocar dados entre si, controlando a montagem, os ajustes e as configurações de cada unidade.
Os “recados” são trocados por meio de uma nuvem corporativa, que transmite os próximos passos da produção, os possíveis erros e as correções necessárias. Mais que isso, cada peça pode ser produzida com características particulares, adequadas às demandas dos clientes. Na BMW, por exemplo, a ferramenta possibilita a produção de três modelos de veículos diferentes dentro da mesma linha de montagem.
No universo da cerveja
O primeiro resultado é a eficiência. Prova disso é que o Simatic foi a ferramenta escolhida pela gigante cervejeira Paulaner para administrar o fluxo de fabricação da tradicional bebida alemã. Foi o sistema que manteve os barris e copos cheios durante a bicentenária Oktoberfest – maior festival de cervejas do mundo. No ano passado, 7,7 milhões de litros de cerveja foram distribuídos durante os 16 dias de evento – eficiência e alta produtividade são necessidades primárias em eventos desse porte.
Na linha de hardwares da Siemens, que fabrica os equipamentos do Simatic, são cerca de 15 milhões de unidades produzidas anualmente – o equivalente a uma por minuto nos 230 dias úteis do ano. A taxa de erros passou de 500 para 12 por minuto. Lá, costuma-se dizer que “o Simatic é quem fabrica o Simatic”.
Mão de obra mais qualificada
Com tanta automação, acaba sendo evidente a redução do número de funcionários. No entanto, o objetivo está longe de ser acabar com o componente humano nas unidades fabris. Com a operação automatizada, a equipe pode se dedicar integralmente à inovação, à melhoria dos controles e otimização dos processos. Na fábrica de Amberg, são implementadas, em média, 11,5 ideias por funcionário – o que gera ganhos de até 40% em produtividade.
“Amberg é a maior prova de que a alta tecnologia e as inovações de ponta podem garantir de modo sustentável a posição da Alemanha como centro industrial em longo prazo”, afirma Joe Kaeser, Presidente e CEO da Siemens AG.
Osvaldo Lahoz Maia, gerente de Inovação e de Tecnologia do SENAI-SP, lembra que há ganhos importantes em aprendizado corporativo. “Ferramentas como essa permitem a integração total do chão de fábrica e, através das informações geradas, é possível conhecer profundamente o desempenho de cada parte do processo produtivo”, diz.
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