A disseminação do uso da tecnologia da informação no setor de Saúde não se restringe à melhoria das operações e da gestão de ativos de hospitais e laboratórios. Em outra frente, já é possível encontrar exemplos claros do uso da TI em benefício do paciente, possibilitando diagnósticos mais precisos, tratamentos personalizados e menos invasivos, e ampliando a prevenção de doenças. O que se vê como resultado é o aumento da sobrevida dos pacientes, com mais qualidade, e a redução no tempo e nos custos das internações.
Um exemplo é o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde a equipe do dr. Rodrigo Gobbo Garcia realizou pela primeira vez, uma ressecção de um tumor de maneira minimamente invasiva a partir de uma sala híbrida. Há anos utilizadas nos melhores hospitais americanos e europeus, e hoje uma tendência mundial, as salas híbridas são salas cirúrgicas equipadas com avançados instrumentos de imagem, como de ressonância magnética, angiografia e tomógrafo. Equipamentos como esses possibilitam realizar procedimentos minimamente invasivos, diminuindo consideravelmente o trauma do paciente. Ao integrar o procedimento intervencionista à cirurgia, a sala híbrida demanda a mobilização de uma equipe médica que inclui anestesista, intervencionista e cirurgião, além de uma equipe de assistência e enfermagem – fatores que, combinados, tornam a operação também muito mais segura.
Nessa cirurgia, a equipe contou com o suporte de um robô cirurgião chamado DaVinci e de um sistema de imagens da Siemens Healthineers baseado em tecnologia robótica, chamado Artis zeego. A ressecção foi feita em um paciente que tinha três tumores hipovasculares em seu fígado, por meio do sistema cirúrgico DaVinci, um robô de última geração com vários braços. Como os cirurgiões não podiam tocar os tumores, foi utilizado o sistema de imagem Artis zeego para marcar os tumores antes da cirurgia.
De acordo com o dr. Gobbo, o uso do sistema de imagem traz uma série de vantagens para a ressecção robótica de tumores. Uma delas é o ganho de tempo, uma vez que as imagens são obtidas antes da operação. “E a segunda é que estes tumores ficam muito visíveis nesse sistema”, afirma.
“É seguro dizer que todos ficaram surpresos e impressionados sobre como o uso dessas soluções combinadas foi muito mais conveniente e preciso. Tanto que o hospital planeja estender o método para outros tipos de procedimento, como ressecções de câncer do rim ou do pulmão”, revela.
Outros exemplos
O LiverLab é uma técnica por meio da qual é possível quantificar ferro e gordura no fígado, evitando procedimentos invasivos, como a biópsia, em pacientes com hemocromatose (acúmulo de ferro no fígado) e esteatose (acúmulo de gordura no fígado).
No caso das lesões de fígado, a elastografia – diagnóstico feito por ultrassom – é mais precisa na identificação da lesão e na indicação do tratamento mais eficaz, evitando biópsias. Aqui, o teste ELF (Enhance Liver Fibrosis), criado pela Siemens, identifica por meio de coleta sanguínea o nível de comprometimento do fígado em casos de fibrose hepática. Até o surgimento dessa nova tecnologia, o exame padrão era a chamada análise histológica (biópsia). Com isso, em vez de uma internação e uma cirurgia para coleta dos tecidos do fígado, uma mera coleta sanguínea já é capaz de dar bons indicativos sobre a evolução da doença. O risco de contaminação hospitalar fica reduzido e o desconforto do paciente também.
Outro exemplo é a bobina Body60ch da ressonância magnética da Siemens, que permite a visualização mais detalhada da lesão permitindo a detecção de pequenos focos e proporcionando o diagnóstico precoce de câncer de próstata. Além destes benefícios, esta nova bobina reduz o número de procedimentos invasivos, como por exemplo, a biópsia de próstata e o uso de bobina dedicada para esta região.