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Dançar faz bem à saúde e estimula as funções cognitivas

Não são poucas as evidências de que a prática da dança pode se tornar uma importante aliada na busca por qualidade de vida

Dançar faz bem à saúde, é fato. E não é preciso ter a carreira artística como objetivo para cultivar esse hábito.  Sob as devidas orientações médicas e profissionais, a dança é uma atividade de baixo impacto cardiorrespiratório, que pode ajudar a melhorar o condicionamento cardiovascular e a resistência, fortalecer ossos e músculos e prevenir doenças.

Além disso, colocar o corpo em movimento ao som de qualquer tipo de música revigora a autoestima, amplia a interação social e, ao elevar os níveis de endorfina no organismo, aumenta a sensação de bem-estar.

Historicamente, há muitos estudos que comprovam tais benefícios. Entre os mais recentes, dois chamam a atenção, pois demonstram o quanto a dança é capaz de contribuir para a garantia de uma qualidade de vida satisfatória durante a melhor idade, reduzindo riscos ligados à incapacidade e demência.

Um deles é o relatório do New England Journal of Medicine sobre os efeitos de atividades recreativas na acuidade mental durante o envelhecimento. Uma equipe da Faculdade de Medicina Albert Einstein, de Nova York (EUA), avaliou 469 idosos, com 75 anos ou mais, medindo objetivamente as taxas de demência após a implantação de hábitos diversos em suas respectivas rotinas.

Dentre as atividades cognitivas propostas estavam a leitura de livros, a escrita de textos autorais, a prática de palavras cruzadas, o jogo de cartas e o aprendizado de instrumentos musicais; já as atividades ligadas ao movimento incluíram aulas de tênis, natação, caminhadas, pedaladas, tarefas domésticas e, claro, a dança. Uma das constatações surpreendeu os pesquisadores: os participantes que se dedicaram à dança apresentaram significativa evolução em indicadores que previnem a demência senil.

Conjunto de habilidades

Resultado semelhante foi defendido pelo Scandinavian Journal of Medicine And Science in Sports, que analisou como várias formas de atividade física afetavam cerca de mil mulheres japonesas. Elas foram questionadas quanto à saúde geral e hábitos regulares, sendo monitoradas quanto a sinais de incapacidade por mais de oito anos.

A conclusão indicou que, em linhas gerais, a dedicação aos exercícios resulta em prolongamento da autonomia em fases avançadas da vida. E mais: alguns exercícios específicos resultam em efeitos mais evidentes, com a dança no topo da lista, especialmente por exigir do corpo um conjunto de habilidades diferentes, tanto mentais quanto físicas.

O estudo demonstrou que mulheres acostumadas a dançar
com frequência apresentavam uma probabilidade 73% menor
de se tornarem incapacitadas.

Nenhuma das outras práticas avaliadas, incluindo ginástica, caminhada e ioga, obteve impacto tão contundente.

Aprendizado, memória e linguagem

Uma espécie de resumo das constatações anteriores foi a base de outro artigo científico que repercutiu globalmente, após publicação no jornal da American Geriatrics Society. Nele, pesquisadores analisaram 32 estudos prévios, envolvendo mais de 3,5 mil pessoas com idades entre 50 e 85 anos, para determinar se atividades que impactam mente e corpo poderiam melhorar a função cognitiva dos adultos.

O refinamento dos dados obtidos garantiu outro indício favorável à tese. E foi além: trouxe fortes evidência de resultados melhores em quem praticava entre uma ou duas horas de dança semanalmente. Fatores como o aumento da flexibilidade cognitiva e da capacidade de se adaptar a situações novas de aprendizado, memória e organização da linguagem foram citados.

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Também circulam pela comunidade científica imagens obtidas em um estudo da Universidade de Oslo, da Noruega, que atestam o aumento da chamada “substância branca” no cérebro de adultos que se dedicam à atividade. Trata-se de uma espécie de pacote de processos de células nervosas que conectam áreas de massa cinzenta e estimulam impulsos entre os neurônios.

Especialistas acreditam que essa substância tende a se degradar naturalmente com a idade e, consequentemente, trazer complicações ao processo de envelhecimento. Portanto, estimular a manutenção de seus níveis cerebrais pode ser fundamental para a saúde.