Jornada ESG

Produção

Estadão Blue Studio

Empresas se preocupam com sustentabilidade, mas ainda faltam ações concretas

Live especial da ‘TV Estadão’ discute os resultados do Relatório Global de Sustentabilidade 2022 da Deloitte, e aborda como as organizações podem iniciar uma jornada mais aderente às práticas ESG

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1 de abril de 2022

A edição 2022 do Relatório Global de Sustentabilidade realizado pela Deloitte com a participação de 2 mil executivos de 21 países, incluindo o Brasil – mostrou que as empresas estão atentas aos temas ambientais. No entanto, apesar da pressão do mercado, de acionistas, de clientes e até de seus profissionais, as organizações ainda enfrentam dificuldades para implementar essas políticas.

A TV Estadão convidou Anselmo Bonservizzi, sócio-líder de Risk Advisory e líder da frente de ESG na Deloitte, e Gabriella Dorlhiac, diretora executiva da ICC Brasil, para debater esse descompasso apontado pelo relatório, entre os objetivos e a implantação efetiva de ações mais sustentáveis.

De acordo com Bonservizzi, 60% dos executivos brasileiros que participaram da pesquisa entendem que há impactos muito grandes aos negócios causados pelas mudanças climáticas. Outros 38% acreditam que os impactos são moderados.

“Quando olhamos o início da jornada do ESG – e tem que ser exatamente assim, uma longa jornada –, devemos ser tolerantes às imperfeições, mas isso não pode ser traduzido em greenwashing, uma mera propaganda sobre o assunto”, pontua o executivo da Deloitte. “Essa jornada precisa refletir um projeto bem estruturado e com cadência, para monitorar a sua evolução.”

Expectativa x realidade

O executivo lista alguns motivos que, em sua visão, contribuem para essa desconexão entre a percepção da importância do tema e a efetividade das medidas em prol do meio ambiente.

“O primeiro ponto são recursos. Quando falamos em mudança, transição ESG, isso tem custo”, afirma. “Outro lado é o aprendizado cultural, extremamente relevante para o sucesso das iniciativas. Levando em conta a água como um exemplo, a empresa melhora o uso no processo fabril. Mas como você faz um uso mais adequado da água em relação à comunidade que está a sua volta? Muitas vezes, você olha para um lado e esquece o outro, a questão é bastante aberta.””.

Para Gabriella Dorlhiac, existe um descompasso entre a pressão pela adoção de tal agenda (exercida pela sociedade e comunidade científica) e o aprendizado natural pelo qual passam e passarão as empresas.

“O importante é pensar em como essa jornada será feita e que esse planejamento seja comunicado de forma muito clara”, considera. “Isso pode ser feito de maneira honesta, apontando os primeiros passos para uma transição 100% verde, abraçando todas as esferas – dentro da empresa, com a cadeia de fornecedores e com a comunidade onde você opera.”

A executiva ressalta que esses pontos não são simples nem fáceis de executar. “Por mais que as organizações queiram acelerar o processo, haverá um período de transição e adaptação.””.

Segundo ela, na empolgação de informar pontos como a neutralidade das emissões de carbono ou realizar anúncios em torno da agenda ambiental, muitas organizações acabam “se atropelando um pouco”. A empresa pode ser cobrada pela efetividade das ações anunciadas, antes mesmo de ter as respostas.

“Por isso, o que tem que ser comunicado é: eu quero fazer isso, estou avaliando como executar, e é um plano que eu tenho para os próximos anos, de continuar esse aprendizado”, explica Gabriella.

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