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10 de fevereiro de 2022
Os resultados da Agenda 2022, pesquisa realizada anualmente pela Deloitte, foram debatidos por especialistas durante uma transmissão especial da TV Estadão, reunindo João Gumiero, sócio-líder de Market Development da Deloitte; Edison Fernandes, membro da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) e professor da FGV Direito-SP e da FEA-USP; José Cláudio Securato, presidente do Conselho de Administração do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-SP) e presidente da Saint Paul Escola de Negócios; e Luiz Martha, gerente de Pesquisa e Conteúdo do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
O estudo reuniu cerca de 500 organizações que atuam no Brasil – juntas, elas somam receitas estimadas em R$ 2,9 trilhões, o equivalente a cerca de 35% do PIB nacional. O processo eleitoral aparece como principal preocupação com o ambiente de negócios para a maioria dos participantes (68%). Já em relação à expectativa para a economia em 2022, a maioria das empresas respondentes (59%) aposta em estabilidade ou queda do PIB, enquanto 31% esperam crescimento do indicador.
O que as organizações esperam em 2022
“Claramente, temos um processo eleitoral que pode causar alguma instabilidade no ambiente empresarial. Paralelamente, há o risco de inflação superior a 5% e a alta de juros. Esses são os três principais desafios contextuais citados pelo empresariado”, explica Gumiero, da Deloitte.
No campo das oportunidades, o investimento em tecnologia e o lançamento de novos produtos digitais são os principais destaques mencionados pelos participantes da pesquisa.
Segundo o especialista, outro ponto revelado pela pesquisa é a falta de mão de obra qualificada – situação agravada por dois anos ininterruptos de pandemia e pelas mudanças sofridas pelos negócios nesse período. “As empresas investiram em tecnologia e agora devem se qualificar para esses novos modelos de negócios”, analisa Gumiero.
Para Luiz Martha, do IBGC, a pandemia ajudou a evidenciar a carência da mão de obra e mostrou que o empresariado conseguiu se mobilizar para atender pontos em que o Estado não deu conta – por exemplo, socorro financeiro e fornecimento de insumos de saúde a regiões carentes ou instituições. “As organizações estão cada vez mais conscientes de seu papel na sociedade. As empresas estão entendendo que precisam ser mais ativas nessas questões.”
ESG na pauta das organizações
Edison Fernandes, da Abrasca, analisa que a maioria das empresas deve focar temas como diversidade e ESG para conversar melhor com seus públicos de interesse.
Luiz Martha também lembra a importância da agenda ESG para que as organizações possam se qualificar para as novas oportunidades que surgirão no Brasil e no mundo. “Isso passa diretamente pela questão da governança, que dará o tom de como esses assuntos serão tratados no planejamento estratégico da organização, trazendo isso para o dia a dia na execução do negócio.”
Fusões e aquisições
José Cláudio Securato, do Ibef, comentou o dado de que 25 empresas entrevistadas pela Agenda 2022 sinalizam intenção de realizar IPOs neste ano. Ele lembrou que a oferta de ações ao mercado é uma etapa importante do amadurecimento da empresa, para que possa se capitalizar.
“Dificuldades como a pandemia e o período eleitoral, com a consequente instabilidade econômica, colocam uma limitação no número de empresas que vão ao mercado, mas a quantidade de companhias que vêm se preparando para esse processo tende a subir muito”, analisa. “E isso é muito importante para dar um grande impulso à economia. Quanto mais empresas fazem a capitalização, mais dinheiro circulando, emprego e crescimento do PIB.”
Para assistir à live, basta acessar Estadão Blue Studio Play/Pesquisa Agenda 2022