Jornada ESG

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Estadão Blue Studio

Executivos acreditam que os negócios deveriam fazer mais sobre as mudanças climáticas

Tema está nas agendas das empresas, mas suas ações de sustentabilidade podem variar de acordo com cada companhia

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12 de agosto de 2021

As preocupações com as mudanças climáticas estão cada vez mais presentes no dia a dia das organizações de todo o mundo. Mas, em alguns casos, as lideranças ainda pisam em terreno incerto no sentido de adotar ações mais efetivas para adequar os modelos de negócio a um planeta mais sustentável ambientalmente no futuro.

Segundo estudo feito pela Deloitte, a maioria dos líderes empresariais em todo o mundo, inclusive os brasileiros, reconhece esse comprometimento e a necessidade de lidar com as mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, eles consideram que podem fazer mais nesse sentido.

No levantamento “Climate Check 2021”, foram entrevistados 750 líderes empresariais c-level em 13 países – entre eles 50 brasileiros – de modo a entender melhor suas perspectivas à medida que a conversa sobre o clima evolui e o mercado muda.

O estudo trouxe as seguintes conclusões: 81% dos entrevistados acreditam que os negócios deveriam realizar mais ações pela preservação ambiental, e 72% querem ver os governos assumirem um papel maior na crise climática.

Além disso, os impactos operacionais dos eventos climáticos já estão afetando quase uma em cada quatro empresas. O estudo completo pode ser baixado aqui.

 Tema deixou de ser expectativa e virou necessidade

“O tema sustentabilidade assume um papel ainda mais relevante e se transformou em um tema crítico para os stakeholders”, diz Anselmo Bonservizzi, líder da Deloitte para ESG e Riscos Empresariais. “A mudança climática não é mais algo distante, mas uma realidade que tende a assumir um papel estratégico da agenda ESG (Environmental, Social and Governance) das empresas”, destaca o especialista.

Segundo a pesquisa da Deloitte, questões relacionadas à produção e à oferta de produtos são cada vez mais notadas no dia a dia dos negócios como pontos ligados aos efeitos das mudanças globais no clima.

Cerca de 30% dos entrevistados afirmam que suas organizações estão começando a sentir influências em suas operações causadas pelos desastres relacionados ao clima, e mais de um quarto deles está enfrentando a escassez de recursos devido às mudanças climáticas.

Os executivos listaram ainda outros pontos que já influem ou ameaçam influir nas organizações. Foram eles: as incertezas políticas e regulatórias (26%), o aumento nos custos com seguros ou falta de disponibilidade de seguros (24%) e os danos à reputação (17%).

Trabalho estava em evolução, mas pandemia reduziu esforços

Tanto no mundo quanto no Brasil, a pandemia causou a paralisação de muitos esforços nas empresas – dois terços dizem ter parado ou reduzido ações, investimentos e transformações do mercado como um todo. Isso também atingiu os esforços pela sustentabilidade e, consequentemente, com o tema das mudanças climáticas.

Impacto positivo nos negócios e perspectivas para o futuro

Aproximadamente metade dos entrevistados indicou ter visto iniciativas de sustentabilidade ambiental melhorarem a satisfação do cliente e as métricas financeiras.

“Os impactos positivos aparecem em pontos estratégicos para as organizações, que são o relacionamento com o cliente e métricas financeiras tangíveis em vários casos. Porém, ainda há um caminho a ser percorrido”, complementa o executivo da Deloitte.

Organizações líderes estão ampliando suas ações, incluindo o incentivo ao teletrabalho (38%) e a compra direta de energia renovável (36%). Por outro lado, o relatório aponta que as organizações poderiam fazer mais para definir metas mensuráveis de redução de carbono e garantir mais responsabilidade executiva – apenas 40% das organizações se comprometeram com metas de redução de carbono baseadas na ciência. Menos da metade das organizações criou um cargo de sustentabilidade sênior, e menos de 20% estão vinculando a remuneração dos líderes seniores a metas de sustentabilidade ambiental.

Diante desse cenário, a urgência em tratar o tema permanece, ao mesmo tempo em que as companhias buscam reencontrar os caminhos de retomada desses esforços, o que ocorre, de acordo com Bonservizzi, em grande escala no Brasil, que acompanha o cenário mundial.

“Essa preocupação com as mudanças climáticas se insere no contexto ESG, que traz um conjunto de demandas que exige, além de uma postura clara, iniciativas efetivas das empresas voltadas ao desenvolvimento ambiental, às contribuições sociais e à governança”, complementa Bonservizzi.

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