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Estadão Blue Studio

Debate sobre LGPD aponta desafios e oportunidades da nova legislação

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10 de outubro de 2018

Os impactos, os desafios e as diversas oportunidades de negócios que podem surgir com a nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD – Lei 13.709) foram alguns dos principais temas debatidos na mesa redonda do Estadão, realizada em 28 de setembro, com a participação de Márcia Ogawa, sócia-líder da Deloitte para o atendimento da indústria de Telecomunicações, Mídia e Tecnologia, e José Pela Neto, diretor da área de Cyber Risk da Deloitte.

A nova regulamentação, sancionada em 14 de agosto, oferece às organizações um prazo de 18 meses para se adequarem aos novos requisitos da LGPD (ou seja, fevereiro de 2020). A lei estabelece padrões sobre a gestão da privacidade de informações e permitirá às empresas que adotaram um planejamento estratégico adequado aumentarem sua competitividade. Ela também trará benefícios às corporações.

“Mundialmente, entramos na economia digital, onde a matéria-prima são os dados, que são transformados em informações. Esta lei foi um passo importante para avançarmos neste caminho, pois ela oferece uma diretriz do que as empresas podem ou não fazer em relação aos dados. É uma mudança bastante benéfica para o desenvolvimento da economia digital no Brasil”, comenta Márcia Ogawa.

Na opinião de José Pela Neto, a nova lei também é positiva para as pessoas.  “Ela favorece os cidadãos e, de alguma forma, restringe a forma de as organizações trabalharem os dados. É um guardião para nós, e um guarda-corpo para as empresas”, avalia José Pela Neto, diretor da área de Cyber Risk da Deloitte.

Nova cultura organizacional

No entanto, é importante que a nova regulamentação não se torne uma trava para a inovação no Brasil. “A lei deve atender a vários setores e não olhar apenas para o consumidor. Ela também deve ajudar as empresas. Países como China e Estados Unidos saíram na frente quanto ao uso dos dados e da inteligência artificial. O Brasil ainda está numa fase mais incipiente”, comenta Márcia Ogawa.

Outro ponto importante debatido na live foi a mudança que a nova regulamentação deve provocar na cultura organizacional. Empresas que violarem as regras estarão sujeitas à aplicação de multas, que podem chegar a 2% do faturamento da organização, com um limite de R$ 50 milhões por infração.

Por outro lado, a LGPD abre novos horizontes para quem souber fazer bom uso dos dados. Sob essa ótica, o setor financeiro é o mais desenvolvido no Brasil. “Mas devemos fazer um esforço para que outros segmentos também venham a incorporar essa tecnologia em seus produtos e ativos. E, dessa forma, consigam utilizar dados como matéria-prima para criar produtos digitais”, destaca Márcia.

Assim, quem conseguir vender o aspecto do zelo da privacidade de seus clientes como valor para o mercado sairá na frente. “Algumas pesquisas indicam que essas empresas têm tendência a obter receitas maiores em relação às que não seguirem a lei”, pondera Pela Neto.

Conheça algumas oportunidades de negócios após a LGPD entrar em vigor.

Alguns exemplos de oportunidades:

  • Empresas já estabelecidas podem criar novas áreas de negócios (por exemplo, desenvolver uma área digital para obtenção de dados da sua cadeia e do seu ecossistema);
  • Formação de ecossistemas digitais (união de grandes empresas com pequenas companhias de tecnologia com o objetivo de conquistar mais conhecimento);
  • Novas startups, que poderão ser criadas devido à disponibilidade da tecnologia.

Para ter acesso à íntegra da live, acesse  

https://www.facebook.com/estadao/videos/271861136768137/UzpfSTc3NDc4NDgyOTI4MjI4NjoxOTQ5NTczMTQ1MTM2Nzc2/

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