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2 de fevereiro de 2016
Os termos big data e analytics já perderam, há algum tempo, a alcunha de tendência. São, agora, realidade diária para muitas empresas – em algumas delas, inclusive, parte do modelo de negócios. A análise estratégica de imensos volumes de dados, aliás, cresce a um ritmo cada vez maior. Se, por um lado, essa análise se tornou uma atividade mais descentralizada e democrática, pelo maior acesso às ferramentas analíticas, por outro, o armazenamento de dados com a governança centralizada virou um imperativo.
“O conceito de COE [Center of Excellence – centros de excelência para governança de dados], que estabelece políticas de segurança, padrões de ferramentas e arquitetura de dados, constitui uma nova área dentro das empresas”, explica Marcia Ogawa Matsubayashi, sócia-líder da Deloitte responsável pelas soluções de Analytics. Segundo ela, o papel do CDO (Chief Data Officer) se faz necessário, à medida que as empresas se tornam “analytics-driven” – ou seja, têm em seu modelo de negócio a capacidade de armazenar e analisar grande volume de dados.
Essa não é uma realidade apenas das empresas de maior porte, de acordo com Márcia. “Veja, por exemplo, as empresas que já nasceram com o conceito de explorar dados. Elas foram start-ups algum dia, porém já nasceram ‘analytics-driven’”, diz ela. “Toda empresa poderá explorar dados de maneira inteligente. Hoje, a infraestrutura para armazenamento e análise é acessível para qualquer empresa.”
Quanto ao gerenciamento dessas informações, a executiva explica que, nas empresas que são “analytics-driven” e naquelas que valorizam o uso intensivo das informações, os Centros de Excelência em Analytics (COE) ficam abaixo do CEO. “Esse centro de excelência interage com outras áreas, tais como marketing, finanças e tecnologia”, declara.
Atuação conjunta para resultados melhores
O gerenciamento de grande volume de dados traz alguns benefícios diretos, tais como aumentar a eficiência das operações, mitigar riscos e fraudes e tornar as ações de marketing. “Outro grande benefício é a criação de novos modelos de negócios, através do uso intensivo de informações”, diz Márcia.
Além das áreas diretamente envolvidas, as companhias devem ter a preocupação de preparar e conscientizar seus funcionários para o uso destes dados. “A questão inicial é a conscientização do CEO da empresa. Ele precisa acreditar e promover a mudança. As empresas bem-sucedidas nesses programas têm o CEO como grande patrocinador da decisão”, explica.
Em seguida, é necessário identificar uma área, ou líder, que iniciará o processo. Pode ser área de marketing, riscos, finanças ou mesmo TI. “A TI sozinha não conseguirá promover a mudança: vai precisar de um parceiro de negócios”, alerta. O passo seguinte é construir pequenos projetos, rápidos e de grande impacto nos negócios que, segundo Marcia, farão “a roda girar”.
A partir destas pequenas conquistas, dissemina-se o conceito para a organização inteira. Como conclui Márcia: “Depois que os usuários veem valor nas soluções focadas em grandes volumes de dados, as ferramentas se proliferam dentro das estruturas organizacionais”.