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Governança Corporativa: o desafio de mensurar benefícios das boas práticas

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3 de novembro de 2014

Tema cada vez mais essencial e em constante evolução diante de um ambiente de negócios dinâmico, a governança corporativa é o elo entre os objetivos de negócio das organizações e as ações necessárias para a geração e preservação de valor das empresas.

“Os modelos de governança corporativa conectam as expectativas da administração com a realidade cotidiana das corporações. Sem esse modelo, adequadamente desenhado e implementado, o risco de não se atingir os resultados esperados é grande”, explica Ronaldo Fragoso, sócio-líder de Consultoria em Gestão de Riscos da Deloitte.

Para garantir o crescimento sustentável das companhias, é preciso buscar a avaliação e o aperfeiçoamento contínuo das práticas de gestão e encontrar o ponto de equilíbrio entre as necessidades da empresa e as melhores práticas do mercado.

Há hoje uma diversidade de assuntos de governança corporativa na pauta dos tomadores de decisão – desde aspectos regulatórios, como a nova Lei Anticorrupção, até requisitos relacionados à sustentabilidade e segurança de informações, como aqueles aplicáveis ao ambiente de mídias sociais, entre muitos outros.

“Estes temas estão cada vez mais presentes nas empresas que pretendem melhorar sua gestão e se destacar nos mercados em que atuam. É uma realidade para organizações dos mais diferentes portes e áreas de atuação, e não apenas para aquelas que já abriram ou planejam abrir capital”, declara Fragoso. Ele explica também que a boa governança corporativa envolve o desenvolvimento de um sistema que articule as relações entre os acionistas, o conselho de administração e a gestão das operações.

Maior retorno

Empresas com boas práticas de governança, representadas pelo índice IGC (Índice de Governança Corporativa) – que avalia o desempenho de ações de empresas admitidas nos Níveis 1 e 2 e no Novo Mercado da BM&F Bovespa – se mostram mais atraentes a investidores e garantem um maior retorno aos acionistas.

O gráfico a seguir mostra como o mercado responde positivamente a esse tipo de investimento, registrando a ascensão das companhias listadas na BM&FBovespa que apresentam as melhores práticas de governança. Esse grupo, representado pelo índice IGC, obteve, ao longo da última década, uma evolução significativamente superior à registrada pelo Ibovespa.

Fragoso explica que o IGC é uma referência fundamental, porém, em função da velocidade com que as mudanças ocorrem no mundo dos negócios, o índice não chega a contemplar mais todos os aspectos de governança que afetam as empresas na atualidade, como marca, reputação, sustentabilidade e responsabilidade social. “Hoje se discute muito como incorporar esses novos fatores, muitas vezes intangíveis, ao ambiente da governança corporativa”, pondera.

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Avaliação integrada

Uma das maneiras de se buscar a incorporação desses novos elementos ao ambiente de governança se dá pela aplicação de um modelo baseado em oito dimensões, que proporciona uma avaliação integrada da estrutura de governança corporativa. Seu propósito é gerar informações de forma ordenada e sistematizada para o processo de reflexão estratégica, permitindo a elaboração de um plano de desenvolvimento customizado, de acordo com as particularidades de cada organização.

O quadro a seguir apresenta essas oito dimensões da governança corporativa que devem direcionar a estruturação desse modelo:

Desafios e perspectivas

Comunicação, liderança e transparência são elementos fundamentais para garantir uma mudança profunda e positiva na cultura das empresas em linha com as melhores práticas de governança.

“Um grande número de recomendações, códigos e princípios sobre governança corporativa surgiu nos últimos anos. Incorporar as boas práticas e recomendações à cultura empresarial e à dinâmica de negócios, sem descuidar da gestão estratégica é, sem dúvida, um dos principais desafios das organizações na atualidade”, esclarece Camila Araújo, sócia-líder do Centro de Governança Corporativa da Deloitte.

Segundo Camila, é preciso que os diversos componentes da governança sejam entendidos e incorporados por todos na cultura organizacional, respondendo às particularidades da corporação. “As empresas, os investidores, o mercado e a sociedade só têm a ganhar com isso”, conclui a executiva.

Transparência em movimento

Na última edição da pesquisa “Transparência em movimento – O atual estágio da governança corporativa no Brasil”, realizada pela Deloitte, foram analisadas as percepções de conselheiros e executivos sobre as práticas de mais de 70 empresas que atuam no País.

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