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Participação feminina nos conselhos avança devagar

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29 de agosto de 2017

É pequena a participação feminina nos conselhos de administração no Brasil e os números que retratam essa realidade têm avançado devagar, embora estejam dentro do esperado. Segundo o estudo global da Deloitte Women in the Boardroom”, em sua quinta edição, as mulheres ocupavam 6,3% das cadeiras de conselhos em 2015, passando para 7,7% atualmente. Essa progressão está, proporcionalmente, abaixo da média global do indicador. O Brasil aparece na 37ª posição dentre os 44 países listados em ranking pela pesquisa, à frente apenas de Chile, México, Rússia, Marrocos, Japão, Coreia do Sul e Emirados Árabes Unidos, nesta ordem.

Os resultados, na opinião de Camila Araújo, sócia da área de Consultoria em Riscos da Deloitte, estão de acordo com o momento atual do Brasil. “Embora tenha havido uma movimentação pequena nesta edição, o desempenho não foi ruim, considerando-se quantos outros assuntos estão na agenda das empresas, pelo momento delicado que atravessamos, com crise econômica, política, denúncias de corrupção, etc. Por mais que pensem em diversidade, as companhias hoje precisam sobreviver e olhar para as medidas que consideram mais urgentes”, pondera.

Muito a avançar no mundo todo

De acordo com o levantamento, apenas 15% dos assentos dos conselhos de administração das mais de 7.000 companhias analisadas globalmente são ocupados por mulheres. Na edição anterior, essa participação foi de 12%. A Noruega é o país que lidera a lista, com 42% dos postos ocupados por profissionais do sexo feminino. “As mulheres ainda estão sub-representadas nos conselhos de administração de empresas do mundo todo, apesar dos esforços contínuos de algumas organizações para melhorar a diversidade de gênero nessas instâncias corporativas”, explica Camila.

“Há um longo caminho a seguir, mas as mulheres estão ocupando espaço no mercado de trabalho em maior número do que os homens, e com grande vontade de desenvolver suas carreiras. Este fator, combinado aos esforços individuais das empresas, ao apoio de organizações não governamentais (ONGs) e ao interesse demonstrado pela sociedade, me faz acreditar que podemos ver grandes mudanças no futuro próximo”, afirma Camila Araújo.

Diversidade nas organizações em todos os aspectos

Como as organizações têm enfrentado mudanças tecnológicas e sociais significativas, que estão transformando o futuro do trabalho, os conselhos de administração terão um papel essencial a desempenhar. Diversidade de pensamento – e de pessoas – será fundamental para garantir que as diretorias encarem adequadamente os desafios a partir de percepções de variados ângulos, promovendo consistentemente novos pontos de vista, aponta o estudo.

“Empresas com conselhos diversos possuem serviços diversos, que são reflexo da operação da companhia. Diversidade mostra apetite à renovação, à mudança. Empresas devem crescer, gerar resultados, fazer a diferença na sociedade. Sobreviver no mercado hoje exige uma gestão mais dinâmica e isso envolve buscar ideias de naturezas diferentes. Empresas com conselhos mais diversificados certamente atingem melhores resultados”, conclui Camila.

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