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Estadão Blue Studio

Mesmo com cenário incerto, empresários mantêm expectativas de expansão em 2023

Investir para crescer, racionalizar custos e aumentar a produção são temas em alta no dia a dia dos negócios, segundo pesquisa da Deloitte

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9 de maio de 2023

O ambiente de negócios no Brasil apresenta algumas preocupações para o empresariado em 2023. No entanto, mesmo diante do cenário incerto, a maioria da classe empresarial pretende aumentar os investimentos neste ano e continuar persistindo na jornada de crescimento da produtividade e da eficiência dos negócios, além de manter um olhar dedicado para a inovação tecnológica e a mão de obra qualificada.

A Agenda 2023, mais recente edição da pesquisa realizada anualmente pela Deloitte, mapeou essas tendências e desafios e montou um termômetro das intenções e preocupações do empresariado brasileiro. Foram ouvidas 501 organizações em todo o País.

A TV Estadão, por meio de uma parceria entre a Deloitte e o Estadão Blue Studio, levou ao ar, em uma transmissão especial, uma troca de ideias sobre os principais pontos da pesquisa, reunindo três especialistas. Para eles, a crise acaba representando grandes oportunidades de expansão dos negócios, porque o cenário de reinvenção requer investimentos, qualificação e atenção especial ao mercado e aos clientes.

Resiliência

Para Giovanni Cordeiro, economista e diretor da área de Research da Deloitte, a agenda de investimentos em tecnologia e em crescimento, mesmo diante do ambiente de negócios com algumas incertezas, mostra uma resiliência da classe empresarial.

“Quando observamos essas preocupações, vemos que elas não são específicas deste ano. Por exemplo: no Brasil, nós tivemos uma década, de 2011 a 2020, com o crescimento médio anual do PIB abaixo da média global. Já no mundo, nos últimos anos, tivemos a crise pandêmica, reajustes em cadeias de suprimentos, guerra e uma série de outras disrupturas. O que nós estamos vendo é que o empresariado, dado esse histórico de desafios, está entendendo que precisa manter o seu negócio competitivo e preparado para as adversidades que vão acontecer no futuro.”

A percepção da classe empresarial, de acordo com Cordeiro, mostra que na manutenção de suas estratégias aparece justamente a continuidade dos investimentos. “Talvez, em alguns momentos, como este de 2023, rever o portfólio, ampliar os ativos que estão dando mais retornos, realocar investimentos. Na necessidade de responder rapidamente ao cenário de transformação, o empresariado sabe que precisa manter tudo isso no radar.”

Qualificação

João Gumiero, sócio-líder de Market Development da Deloitte, avalia que temas como produtividade, vendas, resultados e qualificação da mão de obra apareceram na Agenda como grandes linhas de trabalho para o período.

“Isso já aparecia anteriormente. A diferença em relação a outros anos é o cenário diferente, com custos elevados no Brasil e no mundo, como o custo de produzir e de comprar, a inflação global e local, dólar. São coisas novas, além da incerteza no crescimento de vendas por conta de vários assuntos que estão na pauta econômica”, explica.

Se esse resultado não vem por meio da receita, afirma Gumiero, o empresariado, normalmente, “olha para dentro”. “Ele olha para sua operação. Então, o que apareceu muito forte na pesquisa este ano foi: rever processos; onde melhorar a produtividade e a eficiência; e consequentemente cortar custos”, diz, ressaltando que esse item foi citado por 76% das empresas no levantamento. “Você ser mais enxuto acaba virando não só um fator competitivo, mas sim de sobrevivência.”

Ele cita ainda a relevância de investimentos em capacitação profissional, importantes para a implementação de novas tecnologias, processos mais produtivos e menos desperdício de horas e gastos.

Tecnologia

Na avaliação de Fernando Fujihara, sócio da área de Consultoria e líder da prática de Enterprise Technology and Performance da organização, a tecnologia tem um papel fundamental no atual cenário das organizações e na busca de seu crescimento. “A tecnologia permeia todas as áreas, já que tudo que as empresas fazem hoje para se destacar envolve a inovação, invariavelmente”, afirma.

Duas linhas de trabalho apareceram com destaque na pesquisa: os investimentos em cloud e em inteligência artificial. “Nuvem é a grande habilitadora da transformação. Ela torna tudo muito mais barato, muito mais rápido e acessível, democratizando o acesso à infraestrutura até mesmo por pessoas comuns, pequenos empreendedores”, aponta. De acordo com a Agenda 2023, apenas 10% das empresas ainda não começaram uma jornada de migração – “mas planejam começar”, afirma Fujihara. “E quase dois terços já migraram pelo menos metade dos workloads para a cloud.”

No que se refere à inteligência artificial, todas as organizações, não importando o setor, precisam estar preparadas para fazer o melhor uso da IA, senão acabarão ficando para trás em um cenário de competição. “Das empresas ouvidas na pesquisa, 40% já começaram a aplicá-la. Metade em fase piloto, mas estamos percebendo uma enorme evolução na adoção, já que na pesquisa do ano passado o nível de adesão era de 7%. E isso deve crescer muito – a expectativa é de que em dois a três anos esses sistemas tenham o mesmo nível de adoção da cloud nas empresas”, prevê.

Você pode assistir à íntegra do debate clicando aqui, ou acessando www.estadaobluestudioplay.com.br.

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