Jornada ESG

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Estadão Blue Studio

Tecnologia é fundamental para empresas monitorarem riscos ligados a ESG

Obter e compreender dados é passo-chave para a gestão dos riscos de terceiros

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28 de dezembro de 2022

Dadas a complexidade e a imprevisibilidade das ações que podem ser tomadas por fatores externos à empresa, gerenciar riscos de terceiros sempre foi essencial no ambiente de negócios. Essa governança, fundamental por questões reputacionais, torna-se ainda mais importante para as organizações que visam à promoção de um ambiente de negócios mais ético, além de maior segurança jurídica na aplicação das normas pertinentes.

Observar e gerenciar esses riscos não diz respeito apenas ao due diligence, à análise de contratos e à revisão de governança corporativa. Envolve também a pauta ESG – que trata de temas ambientais, sociais e de governança –, assunto cuja importância vem sendo ampliada nas organizações, principalmente por causa de um contexto de crise sem precedentes.

A Deloitte lançou recentemente a sétima edição de sua “Pesquisa Global de Gestão de Riscos de Terceiros”, que levantou, com mais de 1.300 líderes de negócios de todo o mundo (sendo 233 do Brasil), suas percepções a respeito do tema e os maiores desafios a ser enfrentados.

De acordo com o estudo, 82% dos líderes empresariais consideram que suas organizações têm níveis moderados a muito altos de conscientização/foco em questões relacionadas às boas práticas de ESG. No Brasil, 69% disseram considerar que os responsáveis pelos riscos ESG têm uma forte compreensão de contexto de negócios, estratégia e objetivos que ancoram a sua gestão eficaz.

“Podemos ver que muitas organizações estão evoluindo em relação aos gerenciamentos de riscos de terceiros em ESG e que a tomada de decisões com base em dados confiáveis torna-se ainda mais relevante quando associada a essa pauta, de acordo com os compromissos sustentáveis exigidos pelo mercado”, destaca Alex Borges, líder da Prática de Riscos Regulatórios e Estratégicos da Deloitte.

Confiabilidade de dados

As pautas de meio ambiente, responsabilidade social e governança exigem que as empresas trabalhem com dados internos e externos confiáveis e de alta qualidade. Esse processo requer um mapeamento claro das diversas atividades e dos processos que envolvem fatores externos à empresa, ao mesmo tempo que os riscos inerentes são avaliados.

Embora 67% dos respondentes tenham relatado confiar em seus dados internos para a gestão de riscos ESG associados ao ecossistema de terceiros, há ainda o desafio de integrar dados externos a esse processo: 40% dos líderes ouvidos pelo levantamento definem como de “baixa qualidade” as informações vindas de fora da organização, enquanto 46% classificaram a qualidade dessas informações como “medianas”.

As organizações também reconhecem que precisam melhorar a resiliência ao longo de toda a sua cadeia de suprimentos, especialmente em relação aos parceiros de negócio mais críticos e aos terceiros que não têm relações contratuais diretas com a organização. Isso é apontado por 62% dos executivos brasileiros como uma grande questão em seus programas de gestão de riscos.

“Os fatores de risco em ESG não devem ser tratados individualmente, já que eles exercem influência de forma correlacionada em riscos financeiros e operacionais. Assim, a gestão dessas práticas deve ser revista, considerando a relação complexa de causa e efeito entre todos os tipos de riscos”, aponta Borges.

Resiliência de terceiros e uso da tecnologia e gestão integrada de riscos

“Apenas um em cada três entrevistados da amostra global utiliza a tecnologia para entender melhor seu ecossistema de relacionamentos com terceiros. O Brasil se situa melhor nessa questão – 46% disseram que suas organizações utilizam tecnologia para entender e monitorar as práticas de negócios dos terceiros com quem se relacionam”, explica Fabiana Mello, sócia de Risk Advisory da Deloitte.

Com ações adotadas para assegurar a resiliência de terceiros, o Brasil dá uma maior importância ao uso da tecnologia comparado à amostra global. No entanto, 31% das empresas que atuam no País realizam revisões periódicas dos planos de continuidade dos terceiros para alinhá-los às estratégias de negócios organizacionais, enquanto 46% o fazem globalmente.

Na área da tecnologia, eventos complexos como a pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia estão forçando as organizações a ser mais resilientes e ágeis na tomada de decisão. “Esse cenário exigirá mais investimentos em soluções de tecnologia para uma melhor integração do ecossistema e dos relacionamentos com terceiros em tempo real”, diz Fabiana.

Nesse ponto, a conclusão da pesquisa é de que muitos líderes organizacionais reconhecem que não basta adotar uma postura reativa; é preciso começar a implementar estratégias mais proativas que aumentem a vantagem competitiva.

O próximo passo a ser conduzido pelas organizações é o de uma abordagem mais integrada e holística para a gestão de riscos de terceiros, considerando, por exemplo, uma integração com a gestão de contratos, gestão financeira e de desempenho.

Dessa forma, os dados coletados pela Deloitte evidenciam que o foco das lideranças deve se concentrar em três pontos: simplificar, padronizar e integrar soluções de tecnologia para melhorar a eficiência na relação com terceiros, além de reduzir os custos.

Leia a pesquisa na íntegra clicando aqui.

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