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3 de maio de 2018
Se, por um lado, as denúncias de corrupção têm levado o Brasil a uma significativa piora no ranking que avalia a percepção da corrupção no mundo, divulgado pela organização global Transparência Internacional (ver quadro abaixo), por outro, há um movimento crescente entre as empresas por mais aderência às regras e combate à corrupção e aos crimes financeiros.
Nesse contexto, novas tecnologias ganham espaço para garantir eficiência e amplitude nas investigações corporativas. Avança assim a área de Forensic, especializada em serviços de investigação de crimes financeiros e suporte a litígios. Seu principal objetivo é identificar, preservar, organizar e analisar evidências pertinentes, apresentando com precisão técnica fatos relevantes e imprescindíveis para que empresas, órgãos reguladores e Justiça tenham informações necessárias para tomar decisões precisas.
Tecnologia no combate à corrupção
O uso da tecnologia aliado à experiência forense pode ser traduzido como um conjunto de soluções tecnológicas e da aplicação de metodologia específica para apuração, análise e diagnóstico, com o objetivo de auxiliar empresas na proteção de seus ativos e de sua reputação.
José Paulo Rocha, sócio líder de Forensic da Deloitte, explica que a condução de investigações internas é fundamental na mitigação dos impactos financeiros e de imagem. “Se a empresa identificar situações de irregularidade, é importante que esteja pronta para lidar com a questão de forma rápida e precisa”, complementa.
Hoje, em função do volume crescente de documentos eletrônicos nas empresas, há um cuidado ainda maior no processo de investigação: “ferramentas têm sido pensadas para que sejam excluídas informações redundantes, obsoletas e triviais, e que se possa encontrar aquelas que são realmente relevantes”, esclarece José Paulo Rocha.
Segundo o especialista, uma investigação envolve pesquisa de palavras-chave ligadas ao conjunto de dados relativos a uma suspeita. Quando a empresa não tem o conhecimento exato sobre a irregularidade em questão, existem ferramentas que categorizam termos em grupos divididos por temas, criando uma base de dados com todas as informações que possam revelar fraudes ou irregularidades.
Outra ferramenta importante é a análise da conexão entre pessoas. Existem softwares com interfaces gráficas que tornaram esse trabalho muito mais rápido e eficiente. Rapidez e eficiência na prática se traduzem a uma investigação que pode ser mais rápida ou mais abrangente, os dois sendo sempre um grande desafio nos ambientes de investigação.
José Paulo Rocha destaca questões importantes a considerar no processo de investigação:
- Excesso de dados disponíveis: filtrar dados redundantes, irrelevantes e desatualizados.
- Risco da invalidade das provas: adotar padrões técnicos de coleta e preservação e dados.
- Informações protegidas: respeitar limites de acesso a dispositivos pessoais, informações protegidas por lei devem (com uso de Redaction)
- Colaboração dos envolvidos: suspeitos podem, mas não são obrigados a colaborar com a investigação e a produzir provas contra si próprios
- Dados e registros contábeis: atenção para risco de estarem incompletos, imprecisos, incorretos.
- Ubiquidade de dados: fato de estar ou existir concomitantemente em diversos lugares (dados na nuvem, gravações de áudio e vídeo, mídias sociais etc.).
- Interferência no processo: controlar interferência e garantir reporte a grupo independente.
Para mais informações sobre Forensic e acesso aos conteúdos de Governança Corporativa da Deloitte, acesse:
https://www2.deloitte.com/br/pt/pages/finance/solutions/protect-your-reputation.html