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3 de janeiro de 2017
Termo cada vez mais frequente no ambiente corporativo, disruptivo pode ser definido como um novo negócio que torna os anteriores obsoletos. Considerando o dinamismo e a velocidade como tudo acontece, priorizar a tecnologia deixou de ser um diferencial e se transformou em item de sobrevivência para as empresas, de qualquer porte.
“A tecnologia disruptiva estimula a criação de novos modelos de negócios, causando obsolescência rapidamente em todos os setores da indústria. Cabe às empresas perceberem isso para que possam agir com a velocidade necessária”, alerta Carlos José Rivelle, sócio-líder da área de Consultoria Empresarial da Deloitte.
O consultor explica que, na área de Compliance, são cada vez mais necessárias ferramentas que deem suporte ao gerenciamento de serviços, fazendo com que as práticas de governança sejam cumpridas. “Essas novas tecnologias permitem rastrear e gravar informações. Hoje, além de cumprir regras, as empresas precisam comprovar isso. Essas ferramentas estão sendo mandatórias neste processo”, explica.
Rivelle orienta que é preciso pensar de forma estratégica, verificar as áreas em que a empresa pode avançar em tecnologias disruptivas. “É necessário investir em inovação, buscando, por exemplo, parceria com universidades de ponta. A Deloitte tem fomentado a discussão entre os diversos setores da indústria, visando incentivar este caminho”, conta.
Outra opção, segundo o executivo, é trabalhar com startups para a criação de novos modelos de negócio. “É importante vencer a resistência de achar que o caminho de sucesso se resume a atender bem seus clientes. É preciso inovar, entender que tudo hoje muda muito rápido e que, se não houver cuidado neste sentido, tudo se torna obsoleto em alguns meses”, argumenta.
Na visão de Rivelle, as empresas que desenvolvem tecnologias e abordagens disruptivas têm grande potencial de negócios no Brasil, já que há muito espaço para penetração no mercado. “Por outro lado, as empresas em geral precisam planejar seriamente como conhecer melhor, investir e incorporar essas novas tecnologias aos seus processos”, pondera.
Analytics: ferramenta prioritária
A Pesquisa “Agenda 2017”, realizada recentemente pela Deloitte, destacou as tecnologias vistas como “prioritárias” pelas empresas participantes. Analytics ficou em primeiro lugar, com 36% dos respondentes, seguido por IoT (Internet das Coisas) com 29%, e Cyber Security, com 22%.
Em relação a Analytics, Rivelle comenta: “essa tecnologia vem sendo muito implementada, de três anos para cá, em empresas de diferentes portes e atividades. Hoje, as companhias não se preocupam somente em aumentar sua produtividade. Estão buscando ferramentas de análise de mercado para tomarem decisões mais assertivas de onde investir e encontrar diferenciais para seus negócios”.
A ferramenta permite uma avaliação do risco que a empresa pode ou não assumir. “As empresas contam com o suporte das ferramentas analíticas para observar e compreender melhor o comportamento do mercado, definir o que é determinante para o sucesso dos negócios”.
“Analytics é a principal ferramenta para ajudar empresas de qualquer porte. É como ir de um ponto A ao B usando um aplicativo de GPS: dá as opções de como chegar bem, num tempo menor e com menor custo”, compara Rivelle. E continua: “quem é menor pode se igualar ao maior em inovação”.
Em que momento estamos?
Para Rivelle, os brasileiros ainda têm um bom caminho a percorrer para inserir suas organizações no processo de adoção das novas tecnologias e tendências que marcam as mudanças disruptivas no campo dos negócios. “Vivemos hoje um momento de disseminar”.
O executivo destaca o quanto é necessário que a alta administração das empresas reconheça o potencial dessas ferramentas. “Deve-se pensar em instrumentos que protejam a estratégia de negócio da organização, ajudando a mitigar riscos, precificar melhor e projetar seus resultados, com base no monitoramento de mercado”.
“Nos mercados maduros isso é uma realidade. No Brasil, podemos dizer que é uma forte tendência, mas ainda temos muito a avançar. Hoje é uma realidade apenas nos grandes centros do País”, explica.