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22 de novembro de 2016
O mundo corporativo impõe desafios, sobretudo em momentos de instabilidade econômica. Após dois anos de crise, empresas brasileiras sinalizam certo grau de otimismo e retomada da confiança para o próximo ano, demonstrando a intenção de reorganizar seus negócios rumo ao crescimento consistente: é tempo de arrumar a casa.
Pesquisa inédita realizada pela Deloitte – Agenda 2017 – com 746 empresas brasileiras de todos os portes, setores e regiões do País -, revela que as organizações projetam crescimento de 8,3% das receitas líquidas para o próximo ano. “Como vivenciamos uma retração em todos os segmentos econômicos nos últimos anos, essa estimativa representa uma real demonstração de otimismo”, afirma Othon Almeida, sócio-líder da área de Market Development da Deloitte.
A análise dos dados da Agenda 2017 aponta que o otimismo é motivado por vários fatores, entre eles, a melhora na expectativa em relação à possível retomada dos investimentos na área de infraestrutura. Há ainda influência da melhora da confiança do setor empresarial numa recuperação da atividade econômica brasileira, além de avanços importantes nas projeções de crescimento de setores que foram muito afetados pela atual crise, como o de construção civil.
Entre os itens que mais devem causar impacto nos negócios, os executivos citaram como principais: variação do câmbio, retomada da economia e alterações no preço do petróleo.
Prioridades de gestão em 2017
A pesquisa da Deloitte revela que, para 2017, as empresas deverão priorizar a gestão administrativo-financeira, direcionando ações para a geração de resultados e melhoria da produtividade. Os entrevistados do estudo apontaram como foco: gestão financeira (com 65% de citações); de processos (61%); e orçamentária (55%).
Além disso, o estudo apurou que as empresas brasileiras demonstram intenção de priorizar a adoção de melhores práticas de governança corporativa, com longo caminho a ser percorrido neste sentido, principalmente entre as de menor porte. Os itens mais abordados foram: gestão de riscos e controles internos (37%); gestão de compliance (33%); e estrutura de governança corporativa (31%).
Outras práticas citadas voltadas à administração: gestão de tecnologia da informação (36%); gestão de marketing e comunicação (34%); auditoria externa (16%); auditoria interna (14%); gestão ambiental (14%); gestão de crises (13%); responsabilidade social (12%); mecanismos de transparência (7%); e conselho fiscal (6%).
Em relação à implantação de importantes estruturas de governança corporativa, boa parte das empresas que participou da pesquisa ainda não possui, por exemplo, áreas de gestão de crise ou conselhos fiscais. Em fase inicial de implantação pelas organizações, a área de auditoria interna foi lembrada no levantamento.
Com nível um pouco mais avançado de inserção, as empresas citam os mecanismos de transparência, de gestão de compliance e de riscos, os controles internos e as estruturas de governança corporativa. A adoção de auditoria externa é também citada como prioridade pelas empresas.
“É bastante compreensível que, nessa fase de transição, as empresas mantenham foco no aprimoramento das práticas administrativas. Porém, mesmo neste momento em que vivemos, as organizações não devem descuidar da eficiência nos controles sobre a gestão”, explica Othon Almeida.
Agenda 2017: governança corporativa em destaque