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11 de outubro de 2016
O papel da Governança de TI mudou, frente ao cenário corporativo dinâmico. Hoje, vai além do alinhamento à estratégia da empresa. “Trata-se de algo bastante amplo e complexo. É preciso lidar com a inovação e com a diversidade de soluções, diante de negócios que antes sequer imaginávamos que pudessem existir”, define Carlos Rivelle, sócio-líder da área de Consultoria Empresarial da Deloitte.
Atualmente, negócios e inovações tecnológicas são indissociáveis. As organizações buscam transformar suas operações de TI para atender às novas metas, dinâmicas e pressões regulatórias. O desafio está em buscar e aplicar soluções de inovação em um cenário que muda constantemente.
“O Chief Information Officer (CIO) precisa saber conviver com esta realidade, sem perder o controle do processo. Caso contrário, pode frear a evolução da empresa”, descreve Rivelle. Além de estar alinhado às melhores práticas de Governança Corporativa, o gestor de TI precisa estar atento aos objetivos internos e oferecer uma visão preditiva da governança.
Fabio Pereira, diretor da área de Technology Strategy and Architecture da Deloitte concorda: “o desafio está em garantir controles internos. O papel do CIO hoje é muito mais complexo, ele é um gestor de portfólio de ativos e de geração de valor, muito mais ligado ao negócio. Precisa ter conhecimento do modelo de gestão, dos negócios da empresa, para dar a solução na velocidade ideal e no custo adequado”.
Os executivos explicam que a área de TI deve estar atenta ao gerenciamento da estratégia da empresa: como desenhar a arquitetura da informação rapidamente e otimizar custos, respeitando os prazos apresentados pelo cliente, além de analisar como oferecer as clouds.
Ao ser integrada à computação na nuvem, a gestão de TI permitiu que os recursos remotos fossem acessados com mais rapidez, gerando mais inovação e diminuição dos custos de gestão. Porém, cabe à nova governança o melhor controle de informações e sistemas, visando reduzir falhas e tornar o acesso a recursos de rede mais consistente, respeitando a segurança e a privacidade de dados.
Inovação: mais que tendência, necessidade
Tradicionalmente, Finanças, Operações e Vendas estão entre as áreas mais beneficiadas pela gestão eficiente de TI. No entanto, fala-se muito na relação direta entre TI e a área de Inovação que, segundo os executivos, é quem hoje determina os novos modelos de negócios. “Hoje a área de TI trabalha pensando em gerar resultado para seus clientes”, comenta Rivelle.
Ambos referem-se à tendência de Digital Transformation, que caracteriza o processo de evolução e transformação das organizações, aproveitando as oportunidades criadas pelas profundas alterações sociais e tecnológicas. “Eficiência é o básico hoje. Busca-se mesmo é a inovação. É fundamental ligar o mundo digital com o transacional, ou corre-se o risco de ficar de fora do mercado”, alerta Carlos Rivelle.
A inovação tecnológica exige maior atenção e cuidado com a segurança. Os Cyber ataques são, sem dúvida, um grande desafio e a área de TI precisa garantir que não haja vazamento de informação.
Desafios e oportunidades
Na opinião dos consultores, o Brasil precisa de mais informação e recursos especializados neste segmento, “pessoas altamente capacitadas para lidarem com este mundo novo”, diz Rivelle.
“Por seu perfil e condição macroeconômica, o País é muito aberto ao uso da tecnologia. Prova disso é a presença maciça dos brasileiros nas redes sociais”, destaca Rivelle.
“É preciso aproveitar este perfil e buscar a formação de gestores em TI, uma capacitação mais qualificada. Saber inovar é um grande diferencial. É necessário oferecer soluções às empresas, com aplicação segura que monetize a operação”, conclui.