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16 de setembro de 2016
A Educação Corporativa é um grande motor da governança. A cada dia, o conhecimento torna-se mais importante para garantir competitividade às organizações. Em todo o mundo, empresas dos mais diversos setores passaram a entender que a informação compartilhada internamente constitui a principal determinante para a efetivação de sua estratégia de negócios, e a melhor maneira de compartilhar essas informações é por meio de um sistema de educação bem estruturado. Um exemplo disso, diretamente relacionado à questão da Governança Corporativa, são os programas de compliance que vêm sendo foco de grande atenção por parte das empresas e que têm como um dos pilares fundamentais, a disseminação das informações por toda a estrutura.
Ganha força a Universidade Corporativa. “Trata-se de uma estrutura muito mais robusta do que o antigo sistema de Treinamento e Desenvolvimento Organizacional”, explica Marcos Braga, diretor da Deloitte Educação Empresarial. O novo conceito se diferencia pela importância estratégica que a empresa dá à Educação, para que atinja seus objetivos de longo prazo.
“Hoje, as universidades corporativas ficam muito mais próximas da alta administração e contam com o apoio de diversos grupos, comitês ou academias internas – estruturas que contam com a participação de profissionais envolvidos no processo e com capacitação técnica para sugerir o melhor programa a ser desenvolvido internamente e contribuir nesta elaboração”, explica Braga.
Os cursos podem ser ministrados por profissionais contratados para esta finalidade ou por executivos da própria empresa especializados nos temas oferecidos. “Tudo depende da área de atuação e da necessidade identificada em determinado treinamento”, esclarece.
Empresa e funcionários ganham
A Educação Corporativa é vista também como fator determinante de retenção e motivação de talentos da empresa. “Quanto mais os funcionários têm a percepção de que a companhia quer desenvolvê-los, menor a rotatividade”. Isso acontece em qualquer nível. Hoje, não capacitar e não desenvolver os bons profissionais é que gera o risco de perdê-los para o mercado”, pondera. “Trata-se de uma alternativa onde ambos ganham: empresa e funcionário”.
Na Universidade Corporativa são definidos quais conhecimentos são pertinentes e necessários para o crescimento da empresa, dirigidos ao seu negócio. “Normalmente, são cursos de curta duração, treinamentos destinados a atender demandas bastante específicas”, completa o executivo.
Conhecimento: relevante em qualquer cenário
Em momentos de instabilidade econômica, é natural que as companhias reavaliem seus custos e optem por investir em áreas que lhe possibilitem retorno quase que imediato. No entanto, a capacitação profissional deve continuar sendo valorizada.
O processo não pode parar e o caminho é fazer uso das novas tecnologias para disseminar a informação, buscando alternativas para abranger o maior número de pessoas, com um custo menor. “É possível tornar o processo mais barato, viável e atraente. Há alternativas para isso e uma delas é o treinamento à distância”, diz Braga.
Áreas mais procuradas
O consultor explica que, hoje, todas as áreas de atuação que envolvem regulamentação precisam passar por um processo permanente de Educação Corporativa. “É inevitável a aderência às normas e isso requer atualização constante, capacitação. Há também atividades profissionais onde o treinamento frequente se torna obrigatório. É o caso dos contadores que, a partir deste ano, devem cumprir programas de formação continuada”, lembra. Além disso, a atual dinâmica de negócios e a rápida evolução do conhecimento fazem com que a atualização profissional seja uma necessidade permanente para os executivos de modo geral.
Os aspectos comportamentais, na visão de Braga, são determinantes na capacitação. “Por mais que os profissionais contratados pela empresa tenham cursado excelentes faculdades, hoje há clara necessidade de investir em aspectos comportamentais, relacionados ao desenvolvimento do trabalho em equipe, práticas de gestão e liderança, relacionamento interpessoal, entre outras frentes”, conclui Braga.