Compartilhe
19 de julho de 2016
As melhores práticas de governança corporativa definem a gestão de crises como importante componente de proteção à imagem e reputação das empresas. Nos dias atuais, o cenário de instabilidade tem exigido um olhar ainda mais atento ao tema. Torna-se vital verificar constantemente se as empresas, por meio de seus altos cargos de gestão, mantêm-se preparadas, de fato, para identificar, responder e recuperar-se de cenários de crise.
“A alta administração é pressionada sobre resultados mensais, trimestrais, semestrais e anuais. Com isso, pode acabar não conseguindo identificar cenários e situações que iniciam uma crise. Neste contexto, vem a necessidade de uma estrutura multidisciplinar, altamente capacitada e focada na preparação e no monitoramento contínuo”, alerta José Pela Neto, gerente sênior da área de Consultoria em Gestão de Riscos da Deloitte e especialista em gestão de crises.
“A Crisis of Confidence”, estudo recente desenvolvido pela Deloitte em parceria com a Forbes Insights, aponta falhas corporativas na implementação de programas de gestão de crises, bem como na capacitação dos responsáveis por liderar as organizações nestes momentos críticos. “A pesquisa mostra a clara distância entre a sensação de estar preparado para enfrentar uma crise e realmente estar”, explica José Pela Neto.
Principais resultados da pesquisa:
– A maioria (76%) dos membros de conselhos de empresas ao redor do mundo acredita na habilidade de suas organizações para identificar e lidar com situações de crise. Porém, apenas 49% deles afirmam que suas organizações têm aptidão ou processos prontos para lidar com uma crise;
– Apenas 32% afirmam que as empresas já realizaram simulações de crises ou treinamentos neste sentido;
– Pontos mais vulneráveis, na visão dos executivos: reputação corporativa (73%), crimes cibernéticos (70%) e rumores e especulações (68%).
Conselho: papel de guardião
José Pela Neto alerta sobre a importância de capacitar e desenvolver executivos para a adequada manutenção de uma prática de gestão de crises, com foco no entendimento dos detalhes que a função demanda. “É importante manter linhas de comunicação ativas e recorrentes com o conselho de administração, que deve ter muita clareza sobre seu papel de principal guardião da reputação da empresa”.
Segundo ele, a reputação é um ativo difícil de ser mensurado. “Leva anos para ser construída (a reputação) e apenas instantes para ser impactada. Não só membros de conselho, mas todos os funcionários de uma empresa (principalmente os que possuem algum tipo de autoridade) devem protegê-la”, alerta.
Explica ainda que somente o conselho de administração pode e consegue engajar os tomadores de decisão corretos, estabelecer as bases para a formulação das estratégias de comunicação necessárias e definir o tom adequado a ser tomado. “O Conselho é o representante oficial dos acionistas e possui, além do foco de aconselhar a administração direta, autoridade para tal”.
Interação e preparo
A interação entre o conselho de administração e os líderes de gestão direta da empresa deve ser realizada de forma contínua e sistemática, além de focalizada sobre os principais cenários de crise a serem monitorados. Assim, pode-se desenvolver uma clara visão sobre os preparativos a serem mantidos e acionados nessas situações.
“Existem alguns pontos fundamentais que identificam esses profissionais altamente especializados na gestão de crises, e ainda raros no mercado: são hábeis solucionadores de problemas, eficientes comunicadores, líderes de grupo e profundos conhecedores de metodologias e abordagens para lidar com situações extremas”, pondera José Pela Neto.
Para acesso completo a essa pesquisa, acesse AQUI.