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5 de julho de 2016
Em um cenário de crise, o grande diferencial das empresas pode estar justamente no investimento em inovação tecnológica, com o objetivo de reduzir custos, aumentar a produtividade, melhorar a rentabilidade e construir um melhor posicionamento no mercado.
“Em momentos assim, os executivos são obrigados a repensar seus negócios, e a transformação digital pode ajudá-los nesse desafio. É essencial que as organizações inovem e se reinventem, para competir e prosperar”, declara Carla Rocha, sócia de Consultoria em Tecnologia da Deloitte.
A executiva, baseada no escritório da Deloitte no Rio de Janeiro, explica que vivemos hoje um ambiente “disruptivo” – referindo-se às inovações que, por um lado, oferecem produtos mais acessíveis e criam um novo mercado de consumidores, mas, por outro, desestabilizam empresas consideradas líderes até então.
“Como exemplos da transformação digital, destacamos tecnologias e abordagens como a Internet das Coisas (IoT) e o Analytics, que já estão atingindo um estágio de maturação suficiente para serem adotadas em larga escala nos próximos anos”, revela Carla, que ressalta que essas tendências deverão transformar a operação das empresas, seja no relacionamento com clientes ou nos processos e serviços. E exemplifica: “uma empresa de equipamentos pesados pode utilizar as tecnologias de IoT para monitorar o status em tempo real de suas máquinas e, por meio do cruzamento de informações (Analytics), pode prever o melhor momento de realizar uma manutenção, aumentando a disponibilidade e a vida útil de seus equipamentos”.
Informação: combustível das empresas
“Muitos dizem que os dados são o novo petróleo, porém, precisam de tratamento especial para serem transformados no combustível das empresas, que é a informação”, conta Carla. “É justamente na falta desse tratamento que muitas iniciativas de Analytics nas empresas acabam fracassando”.
Uma pesquisa global com CIOs de 2015, publicada pela Deloitte University Press, demonstrou que, para 77% dos entrevistados, Analytics é uma abordagem que terá um impacto significativo nos próximos dois anos. “As empresas que obtêm maior sucesso em suas iniciativas nesta área são justamente as que encaram a definição de uma governança adequada, o saneamento e a padronização de suas bases de dados como uma iniciativa estratégica da companhia”, revela.
IoT: mundo de oportunidades
Carla Rocha conta que a conexão direta de objetos à internet abre um mundo de oportunidades na indústria, podendo adicionar valor à forma como as empresas operam hoje, ou até mesmo criar novos modelos de negócio. O grande valor é quando as informações são transformadas em ações melhoradas, impactando os processos. “Muitas empresas estão mudando seus modelos de negócio para, ao invés de fornecerem peças, oferecerem tempo de disponibilidade das peças, transformando uma venda (que acontece uma única vez), em um serviço com um fluxo de caixa mensal”.
No entanto, para possibilitar essas inovações, algumas mudanças podem ser necessárias nos sistemas centrais das organizações, especialmente naquelas que possuem um vasto legado tecnológico. Carla explica que, apesar de 77% dos entrevistados em pesquisa da Deloitte caracterizarem os investimentos em sistemas centrais como médios ou altos, apenas 47% acreditam que esses sistemas podem ter impacto significativo em seu negócio no futuro próximo. E alerta: “esses sistemas podem determinar a sobrevivência de uma empresa e, por isso, é essencial investir na sua revitalização, porque as startups que entram agora no mercado podem focar seus esforços em desenhar um processo otimizado, que já considera inovações tecnológicas em sua essência, oferecendo, assim, grande vantagem competitiva frente aos concorrentes”.
Este tema foi tratado no estudo “Tech Trends 2016 – Inovando na Era Digital”, da Deloitte, que aponta as grandes tendências para a área de Tecnologia da Informação, com a participação de líderes de TI e de outras áreas de negócio. Acesse este e outros estudos da Deloitte em www.deloitte.com.br.