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21 de junho de 2016
Uma gestão vulnerável na área ambiental pode se transformar em um risco potencial para as organizações. Cenários de crise e de grandes mudanças atreladas a questões ambientais podem se materializar nos próximos anos, caso não sejam mapeados e definidas ações efetivas.
Por outro lado, um sistema de gestão ambiental eficaz pode gerar diversos benefícios, traduzidos em maior competitividade no mercado, segurança nas operações, oportunidades de negócio, imagem positiva diante de públicos de interesse e, sobretudo, na preservação dos recursos naturais.
A nova versão da norma de Sistema de Gestão Ambiental – SGA (ABNT NBR ISO 14001), lançada em outubro de 2015, traz uma abordagem mais estratégica do tema, fomentando nas organizações a identificação de ameaças e oportunidades aos negócios e gerando alta sinergia do SGA com a gestão de crises.
Karla Costa, gerente da frente de soluções de Sustentabilidade da Deloitte, explica que as empresas têm até outubro de 2018 para fazerem essa transição e obterem a certificação da norma, que não é obrigatória, mas extremamente recomendada. “Em função do momento de instabilidade econômica, é natural que as empresas posterguem suas ações para adequação à nova estrutura da norma, quando, na verdade, deveriam inserir essa abordagem de gestão ambiental integrada ao seu planejamento estratégico o quanto antes”, alerta.
Estratégia de negócios
“Trata-se de uma tendência. Os frameworks de sustentabilidade vêm trazendo a abordagem de gestão de riscos para a área ambiental e as organizações precisam endereçar essas questões em sua estratégia empresarial”, complementa Rodolpho Simas, também gerente de soluções de Sustentabilidade da Deloitte.
Na visão de Karla e Simas, as empresas têm hoje o desafio de entender e incorporar as necessidades e expectativas dos seus públicos (clientes, comunidade, fornecedores, reguladores, investidores, empregados etc.) ao escopo do seu sistema de gestão ambiental. “É preciso compreender quais são as expectativas deles no âmbito ambiental, conciliando-as com todos os fatores relevantes para o negócio”, explica Simas.
O processo de comunicação externa, que também ganhou espaço nessa nova versão da norma, deve ser estabelecido e vinculado às partes interessadas. “De fato, muitas iniciativas recentes vêm sendo implementadas nas organizações com esse viés, como é o caso de ferramentas como o Canal de Denúncias e a Ouvidoria, reforçando a aderência dessa nova abordagem às práticas de mercado”, pondera Karla.
Comprometimento da liderança
Um tema inovador tratado nesta regulação refere-se ao papel da governança corporativa. A liderança e o seu comprometimento com a eficácia do sistema de gestão ambiental, associados à prestação de contas e a um modelo de política e objetivos ambientais compatíveis com o direcionamento estratégico e o contexto da organização, trazem mais robustez e efetividade ao SGA, na visão dos especialistas da Deloitte.
A nova norma trouxe também o conceito de ciclo de vida e uma abordagem diferenciada sobre ameaças e oportunidades, visando garantir que aspectos ambientais sejam levados em consideração desde o seu desenvolvimento até o fim da vida útil do produto. “As empresas precisam desenvolver um sistema de gestão ambiental considerando toda a sua cadeia de valor”, conclui Simas.
A gestão ambiental ganha, cada vez mais, posição de destaque na dinâmica complexa entre a governança corporativa e a gestão de riscos.
Para conhecer as pesquisas divulgadas pela Deloitte sobre sustentabilidade, bem como outros estudos e dados da consultoria, acesse: www.deloitte.com.br.