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10 de maio de 2016
Os desafios do cenário econômico e de negócios atual, que incluem a alta do dólar, o arrefecimento da demanda chinesa por commodities e o desaquecimento do mercado brasileiro, têm estimulado as empresas locais a rever sua estratégias e buscar novos horizontes, deixando, assim, de centrar esforços somente no País ou em um único mercado no exterior. Para trilhar esse caminho, acabam aprimorando, direta ou indiretamente, sua estrutura de governança corporativa e garantindo maior competitividade.
O estudo da Deloitte “Como se Tornar uma Multilatina – Principais Fatores para uma Atuação Regional na América Latina”, recém-lançado, mostra que os países latino-americanos podem representar um caminho de internacionalização, com novas oportunidades às empresas que aceitarem o desafio de estruturar seus negócios e redefinir o ritmo de crescimento para o longo prazo.
“A proposta é que as empresas brasileiras invistam em um planejamento contínuo, diversificando as oportunidades e os riscos, e que não se limitem a reduzir custos para ganhar competitividade”, esclarece Anselmo Bonservizzi, sócio da área de Consultoria Empresarial da Deloitte.Seguindo a metodologia do estudo, as empresas da América Latina são classificadas pela forma como conduzem seus negócios:
– Latinas locais: empresas cujas operações estão restritas a um único país latino-americano;
– Multilatinas: empresas que atuam em vários países latino-americanos, mas não têm operações significativas fora da região;
– Latinas globais: empresas que atuam em vários países e geram receitas significativas fora da região.
A força das multilatinas
O estudo da Deloitte mostra que, dependendo da área de atuação da empresa e de seus objetivos, tornar-se uma multilatina faz muito mais sentido do que buscar o sucesso internacional como latina global. Muitas multilatinas:
– Operam em setores de serviços (tais como varejo e transportes), que tendem a ser mais locais ou regionais por natureza;
– Tendem a favorecer o crescimento orgânico (expansão dos negócios da própria empresa, com incremento da produção e de suas vendas), porque os novos países onde estão entrando com mais força se assemelham a seu mercado interno, permitindo-lhes aproveitar seus conhecimentos existentes e o reconhecimento da marca.
“Tornar-se uma multilatina pode ser um caminho de crescimento distinto e uma meta final por si só – não apenas um degrau ou um prêmio de consolação para empresas não suficientemente maduras para se tornarem latinas globais”, destaca Omar Aguilar, líder de Consultoria em Estratégia e Operações da Deloitte para a Região das Américas, e um dos autores do estudo.
Globais e multilatinas: atenção às diferenças
– As multilatinas fazem cerca de 38% menos aquisições do que as latinas globais e usam o modelo de joint venture com frequência 77% menor;
– Para as multilatinas, os esforços de expansão tendem a se concentrar em países similares ao seu;
– As multilatinas têm, em média, apenas 25% de conselheiros independentes. As latinas globais têm 56%;
– 47% das multilatinas têm apenas ações com direito a voto, em comparação com 79% das latinas globais;
– 94% das multilatinas têm familiares no conselho de administração e 56% delas têm familiares envolvidos na gestão operacional.
Para acesso às pesquisas divulgadas pela Deloitte, bem como a outros estudos da Consultoria, acesse: www.deloitte.com.br.