Compartilhe
1 de março de 2016
Em função da importância dos processos, deve haver uma estreita ligação entre as áreas jurídica, financeira e de recursos humanos. “São áreas mais dinâmicas, onde a legislação atua mais diretamente e que demandam maior atenção, sobretudo em função da tributação e dos processos trabalhistas”, destaca José de Carvalho Junior, sócio de Consultoria Tributária na Deloitte.
Para que seja devidamente integrada à empresa, a área jurídica precisa desenvolver uma postura proativa, equalizar a comunicação com outras áreas – tornando-a acessível – e ter visão ampla de negócios. “A falta de atuação, ou uma conduta errada, pode causar sérios danos a uma empresa. As cláusulas de contrato devem ser minuciosamente observadas: no processo de aquisição de uma companhia, por exemplo, deve-se identificar e avaliar contingências, de forma a definir até que ponto é vantajoso assumir determinados riscos”, explica Carvalho.
Tributos no topo da lista Carvalho destaca que o maior custo das empresas hoje, sem dúvida, são os tributos. “Por isso, a necessidade vital de administrar tributos com acompanhamento próximo do Jurídico”. Neste contexto, explica-se o papel da área de Tax Controversy: responder por temas tributários que geram controvérsia”, define Carvalho. Entram aqui litígios tributários, contingenciamento de processos tributários, administração de depósitos judiciais, contratos e honorários advocatícios. “O Jurídico deve observar se a posição é favorável, se as contingências estão sendo super ou subestimadas, pois estes resultados podem afetar seriamente o balanço da companhia”, alerta Cassandra.
Cassandra e Carvalho destacam que, por causa da crise, há a tendência de maior esforço de arrecadação por parte do Governo, e a área jurídica deve estar atenta a medidas nesse sentido. Como exemplo, citam a recente polêmica em torno da cobrança do ICMS, sobretudo no comércio eletrônico. Cassandra destaca, ainda, eventuais parcelamentos, inclusive a possibilidade de novo Refis no âmbito federal. “Diante das oportunidades de regularizar a situação financeira da empresa, deve-se analisar criteriosamente as condições e os processos em curso”.
“A área jurídica precisa defender o interesse das companhias, sempre dentro da legalidade. É necessário um acompanhamento tempestivo da legislação, pois a cada dia temos uma legislação tributária nova. Se a situação envolve risco, chame o Jurídico. Para evitar problemas e saber até que ponto ir, sem comprometer a sobrevivência da empresa”, declara Carvalho.